Ofensiva com 539 drones e 11 mísseis atinge diversas regiões, com Kiev como principal alvo. Bombardeio ocorre após contato entre Trump e Putin e horas antes de conversa de Trump com Zelensky. Pelo menos 23 pessoas ficaram feridas.
A Rússia realizou, entre a noite de quinta-feira (3) e a madrugada desta sexta-feira (4), o maior ataque aéreo contra a Ucrânia desde o início do conflito. De acordo com autoridades ucranianas, a ofensiva envolveu 539 drones e 11 mísseis, disparados de forma coordenada em várias regiões do país.
O bombardeio aconteceu poucas horas antes de uma conversa agendada entre o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e o líder ucraniano, Volodymyr Zelensky. A ação russa também ocorreu um dia após um telefonema entre Trump e o presidente russo, Vladimir Putin, que, nas palavras do republicano, terminou “sem progresso”.
A Força Aérea da Ucrânia classificou a ação como o maior ataque em número de projéteis disparados em uma única onda, segundo a agência de notícias France Press. Em uma publicação na rede social X, Zelensky afirmou que 270 dos dispositivos foram abatidos, sendo 208 por guerra eletrônica. Conforme o presidente ucraniano, ao menos 23 pessoas ficaram feridas.
“Os primeiros alertas de ataque aéreo começaram a soar quase ao mesmo tempo em que a mídia noticiava a ligação entre Trump e Putin. Mais uma vez, a Rússia mostra que não tem intenção de encerrar a guerra e o terror”, escreveu Zelensky. O alerta aéreo em Kiev só foi encerrado por volta das 9h locais (3h de Brasília). “Foi uma noite brutal e sem sono”, disse ele.
Kiev e outras regiões alvejadas
Diversas regiões da Ucrânia foram atingidas simultaneamente. A capital, Kiev, foi o principal alvo, mas também houve interceptações de projéteis nas regiões de Dnipro, Sumy, Kharkiv e Chernihiv.
As autoridades ucranianas relataram que, além dos impactos diretos dos projéteis, houve feridos por destroços de drones abatidos. Em Kiev, dezenas de moradores buscaram abrigo em estações de metrô.
Paralelamente, serviços de inteligência da Holanda e da Alemanha alertam para a normalização do uso de substâncias tóxicas por tropas russas, incluindo cloropicrina lançada por drones. O Ministro da Defesa holandês chegou a pedir novas sanções e a exclusão da Rússia de organismos internacionais como o Conselho da OPAQ (Organização para a Proibição de Armas Químicas).