Rio de Janeiro será palco de mais um evento internacional de peso
Após os holofotes voltados para o Museu de Arte Moderna (MAM) durante a reunião do G20 em 2024, o Rio de Janeiro volta a ser o centro das atenções no cenário internacional. Nos dias 6 e 7 de julho de 2025, a cidade sedia a reunião de Cúpula do Brics, com a presidência do Brasil. O evento reunirá as maiores economias fora do G7 e terá como foco o fortalecimento da cooperação entre os países do Sul Global.
O que é o Brics?
O Brics é um fórum político-diplomático formado por países do Sul Global, com o objetivo de promover a cooperação internacional e o tratamento multilateral de questões globais. O grupo busca aumentar a influência de seus membros em organismos internacionais como a Organização das Nações Unidas (ONU), o Fundo Monetário Internacional (FMI), o Banco Mundial e a Organização Mundial do Comércio (OMC). Além disso, a criação de instituições próprias, como o Novo Banco de Desenvolvimento, também está entre suas prioridades.
Embora não seja uma organização formal, o Brics desempenha um papel significativo na articulação entre as economias emergentes, mas não possui orçamento próprio nem secretariado permanente.
Quantos países integram o Brics?
Atualmente, o Brics conta com 11 países-membros e 10 países-parceiros.
Países-membros: África do Sul, Arábia Saudita, Brasil, China, Egito, Emirados Árabes Unidos, Etiópia, Indonésia, Índia, Irã e Rússia.
Países-parceiros: Belarus, Bolívia, Cazaquistão, Cuba, Malásia, Nigéria, Tailândia, Uganda, Uzbequistão e Vietnã.
O que diferencia países-membros de países-parceiros?
A categoria de “país-parceiro” foi criada na Cúpula de Kazan, na Rússia, em outubro de 2024. Embora esses países participem das reuniões e discussões, apenas os membros têm direito a voto e poder de deliberação. Isso significa que eles podem, por exemplo, aprovar a declaração final do grupo.
Como surgiu o Brics?
O termo “Brics” foi utilizado pela primeira vez em um estudo de 2001 elaborado pelo economista-chefe da Goldman Sachs, Jim O’Neil. Ele previu que Brasil, Rússia, Índia e China se tornariam potências econômicas no século XXI. O grupo se formou oficialmente em 2006, e em 2011 ganhou o “S” de South Africa (África do Sul). Em 2024, o Brics expandiu-se com a adesão de novos membros como Egito, Etiópia, Irã, Arábia Saudita e Emirados Árabes Unidos.
Outros países, como a Indonésia, já ingressaram no grupo em 2025, e países-parceiros como a Nigéria e o Vietnã também fazem parte do movimento.
O que é o Sul Global?
O conceito de “Sul Global” refere-se a países em desenvolvimento localizados principalmente em regiões da América Latina, África, Ásia Meridional e Sudeste Asiático. Essas nações, que compartilham um histórico comum de colonização, enfrentam desafios sociais e econômicos semelhantes e buscam reformar a ordem econômica e política global, visando reduzir a dependência das potências desenvolvidas.
Embora o nome sugira uma localização geográfica, várias nações do Sul Global, como a Rússia e a China, estão no hemisfério Norte.
O Brics pode crescer ainda mais?
Embora não haja um novo processo de expansão planejado, países interessados em se juntar ao Brics podem manifestar seu interesse e terão sua adesão avaliada caso a caso. A decisão sobre a inclusão de novos membros é feita por consenso entre os líderes do grupo.
O Brics tem poder de decisão internacional?
O Brics não é uma organização formal e, portanto, não tem o poder de tomar decisões vinculativas em temas internacionais. Seu papel é facilitar o diálogo e a coordenação entre os países, e as resoluções alcançadas nas reuniões precisam ser implementadas pelos próprios países membros.
Por que o encontro ocorre no Brasil? É a primeira vez?
A reunião de cúpula do Brics ocorre no país que ocupa a presidência rotativa do grupo. Em 2025, foi a vez do Brasil, com o Rio de Janeiro sendo o palco principal do evento. Durante a presidência brasileira, mais de 200 reuniões online e presenciais foram realizadas. O Brasil já sediou a cúpula em 2010, 2014 e 2019, em cidades como Brasília e Fortaleza. Em 2026, a cúpula será realizada na Índia, e em 2024 o encontro ocorreu em Kazan, na Rússia.