Advogados afirmam que exames recentes apontam necessidade imediata de intervenção para correção de hérnia inguinal bilateral
A defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) apresentou nesta segunda-feira (15) novo pedido ao Supremo Tribunal Federal (STF) para que seja autorizada, com urgência, a realização de uma cirurgia. O requerimento foi encaminhado ao ministro Alexandre de Moraes e se baseia, segundo os advogados, na evolução do quadro clínico do ex-chefe do Executivo.
Bolsonaro está preso desde 22 de novembro na superintendência da Polícia Federal e foi condenado pelo STF no processo relacionado à tentativa de golpe de Estado.
Pedido de intervenção cirúrgica
De acordo com a defesa, o ex-presidente necessita de procedimento cirúrgico para correção de hérnia inguinal bilateral, além de intervenções complementares. A hérnia inguinal ocorre quando parte de um tecido abdominal se projeta para a região da virilha, causando dor e desconforto.
Os advogados sustentam que novos exames de imagem e um relatório médico conclusivo indicam a necessidade de atuação imediata, afastando a possibilidade de adiamento do procedimento.
Decisões anteriores do STF
Na última sexta-feira (12), Alexandre de Moraes autorizou que Bolsonaro fosse submetido a um exame de ultrassonografia, realizado por médico indicado pela defesa. Um dia antes, o ministro havia determinado que a Polícia Federal providenciasse uma perícia médica no prazo de até 15 dias para avaliar a real necessidade de intervenção cirúrgica.
Na ocasião, Moraes ressaltou que, no exame médico-legal feito no momento da prisão, não havia registro de condição que justificasse cirurgia imediata.
Evolução do quadro clínico
No novo pedido, os advogados afirmam que houve agravamento comprovado do estado de saúde do ex-presidente desde a última manifestação apresentada ao Supremo. Segundo o relatório médico anexado, os sintomas de dor e desconforto na região inguinal se intensificaram em razão de crises recorrentes de soluço.
Esses episódios, conforme a defesa, são consequência das sequelas da facada sofrida por Bolsonaro em 2018 e das cirurgias realizadas posteriormente. O documento aponta ainda que as crises aumentam de forma intermitente a pressão abdominal, elevando o risco de encarceramento ou estrangulamento intestinal — situações que exigiriam cirurgia de emergência, com riscos significativamente maiores.
Risco de agravamento e necessidade de planejamento
Os advogados afirmam que o caso não se trata de uma medida preventiva abstrata, mas de uma necessidade médica atual e comprovada. Segundo eles, a postergação do procedimento pode resultar em agravamento súbito do quadro, internação emergencial e complicações evitáveis.
A defesa também argumenta que a cirurgia deve ser realizada de forma planejada, em ambiente hospitalar adequado, com acompanhamento pós-operatório e fisioterapia motora, considerados indispensáveis para a recuperação.
Histórico médico e pedidos anteriores
Antes desse episódio, a equipe jurídica já havia juntado ao processo uma série de documentos e exames médicos relatando problemas de saúde do ex-presidente e alertando para o que classificou como “risco à vida”. Na ocasião, os advogados solicitaram que Bolsonaro permanecesse em casa, onde cumpria prisão domiciliar desde 4 de agosto.
Segundo os relatórios médicos mais recentes anexados ao pedido, as intervenções cirúrgicas indicadas exigiriam internação imediata, com permanência hospitalar estimada entre cinco e sete dias.



