Deputada federal licenciada alega perseguição política e busca refúgio na Itália; STF pode expedir mandado de prisão definitiva na próxima semana
A deputada federal licenciada Carla Zambelli (PL-SP), que deixou o Brasil na semana passada após ser condenada por invasão aos sistemas do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), afirmou, em entrevista à CNN, que pretende se apresentar voluntariamente às autoridades da Itália. Segundo a parlamentar, a decisão visa demonstrar boa-fé e buscar refúgio no país europeu.
“Pretendo declarar meus dados para obter a documentação necessária. Estou aqui de boa-fé e por conta de uma perseguição política. Vou comprovar isso. Fui condenada sem provas. Na outra sentença, de cinco anos, a acusação foi absurda, pois eu tinha porte legal de arma. Fui condenada por porte ilegal. Quero demonstrar isso aqui e pedir refúgio na Itália”, declarou.
Críticas ao ministro Alexandre de Moraes
Embora tenha manifestado respeito à Justiça italiana, Zambelli reafirmou sua crítica às decisões do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). Para a deputada, as determinações do magistrado carecem de legitimidade.
“Quero demonstrar boa-fé para com a Justiça e o governo italiano, fazendo tudo de forma correta. Respeito as leis brasileiras, mas não reconheço mais a injustiça praticada por Moraes”, afirmou.
Temor de extradição e status de foragida
Apesar de ter declarado recentemente que se sentiria “intocável” na Itália, Zambelli agora admite temer uma possível extradição. “Temo, porque respeito a justiça italiana. Mas creio em Deus que não permitirá que isso aconteça”, completou.
Há expectativa de que, na próxima segunda-feira (9), Moraes deva expedir o mandado de prisão definitiva da parlamentar. Atualmente, ela já responde a um mandado de prisão preventiva e está incluída na lista vermelha da Interpol. Carla Zambelli é considerada foragida internacional.