Em recuperação judicial nos EUA, companhia aérea acumula dívida de R$ 27,6 bilhões
A Gol, companhia aérea que ingressou em recuperação judicial nos Estados Unidos no início de 2024, firmou um acordo com a Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional e a Receita Federal para regularizar débitos fiscais que totalizam R$ 5,5 bilhões. O entendimento abrange tributos previdenciários e não previdenciários, permitindo à empresa parcelar os valores e obter reduções em multas e juros.
As ações da Gol registraram alta de mais de 6% no início da tarde na B3, refletindo a percepção positiva do mercado sobre a medida.
Apesar do avanço na regularização tributária, a companhia esclareceu que o acordo não impactará seu endividamento líquido financeiro. Conforme comunicado divulgado nesta quinta-feira, a Gol encerrava o terceiro trimestre de 2024 com uma dívida de R$ 27,6 bilhões. No mesmo período, a empresa reportou prejuízo de R$ 830 milhões.
O texto oficial, porém, não detalha os descontos obtidos na negociação com os órgãos fiscais. A companhia reiterou que sua reestruturação financeira, conduzida sob o procedimento de Chapter 11, permanece indispensável para alcançar uma estrutura de capital sustentável e garantir o cumprimento integral de suas obrigações financeiras no longo prazo.
Plano de reestruturação em andamento
No início de dezembro, a Gol anunciou um plano inicial de reestruturação com previsão de conclusão até abril de 2025. O projeto inclui a captação de US$ 1,85 bilhão (R$ 11,2 bilhões) em novo capital, com foco em fortalecer a liquidez e viabilizar o crescimento da empresa. Deste montante, US$ 330 milhões (R$ 2 bilhões) serão arrecadados por meio da emissão de novas ações destinadas a investidores.
“A Gol pretende levantar até US$ 1,85 bilhão (R$ 11,2 bilhões) em novo capital para prover liquidez incremental que apoie a execução de sua estratégia de crescimento após a saída do processo, dos quais até US$ 330 milhões (R$ 2 bilhões) podem ser na forma de emissão de novas ações a serem subscritas por terceiros investidores”, destacou o comunicado.
A entrada no Chapter 11 foi motivada pelas dívidas elevadas, agravadas pelos impactos da pandemia, período em que a aviação comercial sofreu severamente com a interrupção das operações globais.