Um tremor de magnitude 5,1 na escala Richter foi registrado neste domingo (30) na cidade de Mandalay, região central de Mianmar (antiga Birmânia).
O abalo é uma réplica do terremoto de 7,7 graus que atingiu o país na última sexta-feira, deixando mais de 1.600 mortos e 3.400 feridos, segundo autoridades locais.
O Serviço Geológico dos Estados Unidos (USGS) informou que o epicentro do novo sismo foi localizado a 28 quilômetros a noroeste de Mandalay, a uma profundidade de 10 quilômetros. Até o momento, não há registro de vítimas ou danos provocados por essa réplica.
Desde o terremoto principal, múltiplos tremores secundários vêm sendo registrados. A réplica mais intensa até agora foi um abalo de magnitude 6,7, ocorrido poucos minutos após o evento inicial.
Equipes de resgate de diferentes países começaram neste domingo a atuar nas áreas mais afetadas. De acordo com o canal estatal MRTV, controlado pela junta militar que assumiu o poder após o golpe de Estado em fevereiro de 2021, profissionais da Rússia, China, Índia, Cingapura, Tailândia e Hong Kong já estão em território birmanês colaborando nas operações de salvamento.
A junta decretou estado de emergência em seis regiões severamente atingidas, entre elas Mandalay — segunda maior cidade do país, com cerca de 1,5 milhão de habitantes —, onde foram reportados danos significativos. Imagens divulgadas pelo regime mostram a chegada de equipes de emergência e seu deslocamento para áreas críticas.
Os trabalhos de resgate, agora em um momento crucial — 48 horas após o terremoto principal —, estão sendo reforçados com recursos internacionais. A Rússia enviou uma equipe composta por 23 especialistas, quatro cães farejadores e dois intérpretes, além de duas toneladas de suprimentos. A Índia mobilizou uma aeronave militar com 1,5 tonelada de mantimentos, com destino a Mandalay.
Organismos internacionais também iniciaram a mobilização. As Nações Unidas e organizações humanitárias passaram a deslocar unidades cirúrgicas móveis e hospitais de campanha para atender os feridos, diante da escassez crítica de materiais médicos.
Na sexta-feira, a junta militar fez um raro pedido de ajuda internacional. Ainda não está claro, no entanto, como pretende distribuir os recursos nas regiões fora de seu controle direto. Grupos opositores acusaram o Exército de bombardear áreas afetadas, como a região de Sagaing — epicentro do sismo — e Naung Cho, no estado de Shan, no sábado.
O Fundo Central de Resposta a Emergências da ONU (CERF) anunciou o repasse de US$ 5 milhões em assistência humanitária, seguido pelo Escritório das Nações Unidas de Serviços para Projetos (UNOPS), que destinou outros US$ 10 milhões. A Irlanda, por sua vez, confirmou uma doação de € 6 milhões, enquanto a Austrália disponibilizou mais US$ 2 milhões. Os valores serão administrados por agências da ONU e por entidades como o Comitê Internacional da Cruz Vermelha (CICV).