O líder dos Estados Unidos tinha ameaçado implementar uma tarifa adicional de 50% sobre os produtos chineses.
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, indicou nesta terça-feira (8) uma possível flexibilização em sua postura diante da crescente tensão comercial com a China. Após ameaçar, no dia anterior, a imposição de uma tarifa adicional de 50% sobre produtos chineses, o republicano afirmou que aguarda um contato de Pequim para avançar em um acordo entre os dois países.
“A China também quer fazer um acordo, muito, mas eles não sabem como começar. Estamos esperando a ligação deles. Vai acontecer!”, escreveu Trump em publicação na plataforma Truth Social, sinalizando disposição para o diálogo.
A declaração marca um contraste com o tom adotado na segunda-feira (7), quando Trump havia reiterado sua intenção de elevar tarifas caso a China não suspendesse suas medidas de retaliação. Em resposta, o governo chinês declarou que não aceitará “chantagens” por parte dos Estados Unidos. “As ameaças dos EUA para escalar tarifas contra a China são um erro atrás do outro, mais uma vez expondo a natureza chantageadora da América”, afirmou o ministro do Comércio chinês, Wang Wentao. “Se os EUA insistirem em fazer as coisas à sua maneira, a China vai lutar até o fim”, completou.
A escalada nas ameaças tarifárias ocorre em um momento em que Trump, candidato à reeleição, adota um discurso mais agressivo nas relações comerciais internacionais. O chamado “tarifaço” proposto pelo presidente atinge mais de 180 países e regiões. Entre as nações mais afetadas estão Japão (24%), Coreia do Sul (25%) e União Europeia (20%). Já o Brasil está entre os menos atingidos, com tarifa estimada em 10%, mesmo percentual aplicado a países como Reino Unido, Singapura, Chile, Austrália, Turquia e Colômbia.
Apesar da retórica dura, o republicano indicou que poderá retomar negociações com países afetados, incluindo China e Japão. As novas tarifas sobre os produtos chineses, segundo Trump, poderiam entrar em vigor já nesta quarta-feira (9), caso não haja um recuo de Pequim.
As disputas comerciais entre Estados Unidos e China têm sido tema recorrente desde o primeiro mandato de Trump e impactam mercados globais e cadeias de suprimentos em diversos setores. Para entender melhor os impactos da guerra comercial no cenário global, acesse a análise do FMI sobre tensões comerciais.