A duas semanas de assumir o cargo, o presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, declarou nesta terça-feira (7) que renomeará o Golfo do México como “Golfo da América”.
Durante uma coletiva realizada em Mar-a-Lago, o republicano também indicou a possibilidade de usar força militar para retomar o controle do Canal do Panamá ou da Groenlândia.
“Nós vamos mudar o nome do Golfo do México para ‘Golfo da América’, que nome bonito. É apropriado porque o México tem um déficit enorme com a gente, e nós fazemos todo o trabalho lá”, afirmou Trump. Ele utilizou o termo “América” em referência aos Estados Unidos.
Ainda não está claro como a mudança de nome seria implementada ou qual o objetivo do presidente eleito com a proposta. O Golfo do México, maior golfo do mundo, possui uma área de aproximadamente 1,55 milhão de km², com um subsolo rico em petróleo. Além dos EUA, a região banha o México e Cuba.
Trump também reiterou a intenção de impor “tarifas pesadas” ao México e ao Canadá, alegando que seriam uma forma de compensar o alto fluxo de drogas entrando nos Estados Unidos.
Canadá e integração econômica
Em relação ao Canadá, Trump sugeriu incorporar o país como o 51º estado norte-americano. Ele afirmou que poderia recorrer à “força econômica” para viabilizar a fusão dos dois países. “Você se livra da linha traçada artificialmente e observa como ela fica… e também seria uma segurança financeira muito melhor”, declarou.
O presidente eleito criticou os gastos dos EUA para defender o Canadá e defendeu a suspensão de compras de produtos canadenses, como madeira e automóveis, afirmando que “não precisamos” desses itens.
Canal do Panamá e Groenlândia
Sobre o Canal do Panamá, Trump reforçou sua intenção de retomar o controle da infraestrutura, que é gerida pelo governo panamenho há 25 anos. Até 1999, o canal era administrado pelos Estados Unidos. “O Canal do Panamá foi construído para o Exército dos EUA. Ele é vital ao nosso país e está sendo operado pela China, e estão fazendo uma catástrofe. Dar o canal do Panamá ao Panamá foi um grande erro”, declarou Trump. No entanto, não há evidências de que o canal esteja sob controle chinês.
Trump também mencionou a possibilidade de impor sanções econômicas à Dinamarca devido à Groenlândia, administrada pelo país europeu. O republicano já havia sugerido a compra da ilha em 2019, mas a proposta foi recusada pelo governo dinamarquês. Atualmente, a Groenlândia abriga uma base militar norte-americana, uma vez que a Dinamarca é uma aliada histórica dos EUA.
Questionado sobre a viabilidade de obter controle do Canal do Panamá e da Groenlândia sem o uso de força militar ou coerção econômica, Trump respondeu: “Não posso garantir nada sobre ambos. Mas posso dizer isso: precisamos deles para a segurança econômica. Pode ser que você tenha que fazer alguma coisa.”
Oriente Médio e reféns
Trump também fez declarações sobre a situação no Oriente Médio, ameaçando o Hamas caso os reféns israelenses em Gaza não sejam libertados até sua posse, em 20 de janeiro. Ele afirmou que “abrirá as portas do inferno” caso a exigência não seja cumprida. “Se os reféns não estiverem de volta até o momento em que eu assumir o cargo, o inferno irá se desencadear no Oriente Médio, e isso não será bom para o Hamas e, francamente, não será bom para ninguém”, declarou.
Steve Witkoff, enviado especial de Trump para o Oriente Médio, manifestou esperança em um desfecho positivo antes da posse do presidente eleito.
Outros temas abordados
Durante a coletiva, Trump criticou o presidente Joe Biden, afirmando que “não sabe fazer nada” e culpando-o pela guerra na Ucrânia, que, segundo ele, não teria ocorrido sob sua gestão. Além disso, mencionou outros tópicos geopolíticos e domésticos:
- Criticou juízes de Nova York, incluindo Juan Merchan, responsável pelo caso criminal em que foi condenado pelo pagamento a uma atriz pornô.
- Prometeu revogar a ordem de Biden que proíbe a exploração de petróleo em áreas costeiras dos EUA.
- Anunciou a intenção de conceder “perdões em massa”, incluindo para os condenados pela invasão ao Capitólio em 6 de janeiro de 2021.
- Criticou o financiamento à Otan, propondo reduzir o incentivo financeiro a 5% do nível atual.
- Reiterou que as investigações conduzidas pelo agente especial Jack Smith fazem parte de uma “caça às bruxas fraudulenta”. Smith, que desistiu das acusações após a eleição de Trump, foi proibido pelo Departamento de Justiça de publicar um relatório sobre suas descobertas.
- Disse que os Estados Unidos estão entrando em uma “Era de Ouro”.
Da Redação/Click News/G1