Declarações ocorrem em meio a negociações de cessar-fogo e divergências sobre duração da trégua.
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, elevou a tensão no conflito entre Israel e Hamas ao fazer declarações contundentes em suas redes sociais. Em uma publicação na plataforma Truth Social, ele ameaçou diretamente a população de Gaza e os líderes do grupo, condicionando um “futuro maravilhoso” à libertação imediata dos reféns ainda em poder do Hamas.
“Se o fizerem, vocês estão MORTOS! Façam uma escolha INTELIGENTE. LIBERTEM OS REFÉNS AGORA, OU PAGARÃO UM PREÇO ALTO DEPOIS!”, escreveu Trump, sem deixar margem para dúvidas sobre seu posicionamento.
Além disso, o presidente cobrou a devolução dos corpos das vítimas dos ataques de 7 de outubro de 2023, que deflagraram a ofensiva israelense. “Este é o seu último aviso! Para os líderes (do Hamas), agora é o momento de deixar Gaza, enquanto ainda têm uma chance”, afirmou. Em seguida, reiterou seu apoio incondicional a Israel: “Estou enviando a Israel tudo o que precisa para terminar o trabalho, e nenhum membro do Hamas estará seguro”.
As declarações foram reforçadas pelo senador republicano Marco Rubio, que, em entrevista à Fox News, declarou que Trump “não diz esse tipo de coisa se não estiver falando sério”. Rubio alertou o Hamas a considerar as ameaças com atenção.
As falas do presidente surgem no momento em que veio à tona a informação de que os Estados Unidos estabeleceram contatos diretos com o Hamas, uma mudança significativa na postura de Washington em relação ao grupo, classificado como organização terrorista pelos EUA e pela União Europeia. A Casa Branca justificou a iniciativa como uma medida para proteger cidadãos americanos em risco.
O governo israelense, no entanto, demonstrou preocupação com essa aproximação. O chefe do Estado-Maior de Israel, Eyal Zamir, afirmou que o objetivo de eliminar o Hamas “ainda não foi alcançado”, enquanto o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu reforçou sua “determinação em vencer”.
As divergências sobre a duração da trégua também se intensificam. Israel defende a “desmilitarização total” da Faixa de Gaza e a libertação de todos os reféns antes de considerar novos termos para o acordo. Já o Hamas busca um cessar-fogo permanente.
A crise humanitária na região se agrava com a suspensão da entrada de ajuda humanitária, decisão de Israel que foi criticada por países como a França durante debates na ONU.