Medida foi comunicada por meio de memorando enviado a quatro secretarias de Estado dos EUA, segundo o The Guardian
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, autorizou o uso das Forças Armadas para controlar terras na região da fronteira com o México. A decisão, voltada ao reforço das ações contra a imigração irregular, foi oficializada por meio de um memorando encaminhado na sexta-feira (11) aos chefes dos departamentos do Interior, Defesa, Segurança Interna e Agricultura, conforme noticiou o jornal britânico The Guardian.
Com o título “Military Mission for Sealing the Southern Border of the United States and Repelling Invasions” — em tradução livre, “Missão Militar para Selar a Fronteira Sul dos Estados Unidos e Rechaçar Invasões” —, o documento amplia o papel dos militares nas operações de segurança ao longo da divisa sul do país.
“Nossa fronteira sul está sob ataque de uma variedade de ameaças”, afirma o texto. “A complexidade da situação atual exige que nossas Forças Armadas assumam um papel mais direto na segurança da nossa fronteira sul do que no passado recente.”
O memorando também transfere ao Departamento de Defesa a responsabilidade sobre terras federais, incluindo a chamada Roosevelt Reservation — faixa de aproximadamente 18 metros de largura que atravessa partes dos estados da Califórnia, Arizona e Novo México. Nessas áreas, soldados poderão deter imigrantes classificados como invasores até sua entrega às autoridades de imigração. As operações previstas incluem a construção de barreiras físicas e a instalação de equipamentos de vigilância. Terras indígenas foram excluídas da iniciativa.
Ainda de acordo com o Guardian, a ordem faz parte de um conjunto de ações promovidas pela gestão Trump para reforçar o cumprimento da legislação imigratória. Entre elas, está a reativação de uma norma da década de 1940 que exige o registro de estrangeiros não naturalizados junto ao governo federal — decisão recentemente autorizada por um juiz federal.
A medida tem sido interpretada como uma forma de contornar os limites impostos pela Lei Posse Comitatus, que restringe o envolvimento das Forças Armadas em questões de segurança pública dentro do território nacional.