“Não haverá exceções a essa política”, afirmou o ex-presidente norte-americano
O presidente dos Estados Unidos Donald Trump, anunciou neste domingo (7) a imposição de uma tarifa adicional de 10% sobre todos os países que, segundo ele, demonstram alinhamento político ou econômico ao grupo Brics.
A medida foi revelada um dia após o encerramento da cúpula do bloco, realizada no Rio de Janeiro, que terminou com uma declaração crítica ao uso de “medidas tarifárias e não tarifárias unilaterais” — referência velada à política comercial norte-americana.
O Brics, originalmente formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, passou a incluir também Arábia Saudita, Egito, Emirados Árabes Unidos, Etiópia, Irã e Indonésia, ampliando sua influência no cenário global.
“Qualquer país que se alinhar às políticas antiamericanas do Brics será cobrado com uma tarifa adicional de 10%. Não haverá exceções a essa política”, escreveu Trump em sua plataforma digital, a Truth Social.
Medida faz parte de pacote de retaliações comerciais
A tarifa adicional integra o pacote de “tarifas recíprocas” anunciado por Trump em abril, mas cuja implementação havia sido adiada para 9 de julho. Agora, segundo ele, as cobranças terão início nesta segunda-feira (8).
“Estou feliz em anunciar que as cartas de tarifas dos Estados Unidos e/ou acordos com vários países de todo o mundo serão entregues a partir de segunda-feira, 7 de julho”, declarou o ex-presidente.
Reações internacionais
A decisão norte-americana gerou reações imediatas por parte de membros do Brics. A China declarou que o bloco “não busca nenhum tipo de confronto” e reiterou que “guerras comerciais não têm vencedores, e o protecionismo não oferece nenhuma porta de saída”.
O Kremlin também se manifestou. O porta-voz do governo russo, Dmitry Peskov, afirmou que o Brics “nunca foi e nunca será voltado contra um país terceiro”.
“São países que compartilham abordagens em comum e uma visão de mundo sobre como realizar a cooperação baseada nos próprios interesses”, completou.
Contexto eleitoral e geopolítico
A ofensiva tarifária ocorre no contexto da campanha eleitoral norte-americana, na qual Trump tem apostado no discurso de proteção da indústria nacional e de enfrentamento a blocos que considera contrários aos interesses dos EUA.
Além disso, o avanço geopolítico do Brics — que articula novas moedas para transações internacionais e propõe alternativas ao sistema financeiro ocidental — tem incomodado Washington.