Presidente dos EUA afirma que proposta em 21 pontos pode encerrar conflito em Gaza se houver adesão do Hamas
Encontro em Washington
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, declarou nesta segunda-feira (29) que o primeiro-ministro de Israel, Binyamin Netanyahu, aceitou sua proposta para encerrar a guerra contra o Hamas em Gaza. O plano, apresentado em 21 pontos, prevê a criação de um novo órgão internacional e a formação de um governo provisório na região.
Segundo Trump, caso o Hamas aceite as condições, o conflito poderá ser encerrado de imediato. “Estou ouvindo que o Hamas também deseja concluir esse processo, e isso é algo positivo”, afirmou. O republicano, no entanto, deixou claro que, se houver rejeição, Israel terá “total apoio” dos Estados Unidos para prosseguir militarmente até eliminar a organização.
Conselho da Paz
O projeto prevê a criação de um “Conselho da Paz”, que seria presidido pelo próprio Trump e contaria com a participação de líderes internacionais, entre eles o ex-primeiro-ministro britânico Tony Blair. Esse conselho teria a função de supervisionar um governo temporário em Gaza, conduzido por um comitê de tecnocratas palestinos.
Trump ressaltou que Netanyahu mantém posição contrária à criação de um Estado palestino, mas destacou a relevância da iniciativa. “O primeiro-ministro foi muito claro em sua oposição, e eu respeito isso. O que ele está fazendo agora é muito, muito importante para Israel”, disse.
Governo provisório em Gaza
De acordo com o plano, Gaza seria administrada por um “comitê palestino de transição”, descrito como tecnocrático e apolítico. Esse colegiado teria a responsabilidade de manter os serviços básicos e contaria com especialistas palestinos e internacionais qualificados.
O comitê estaria subordinado ao Conselho da Paz, que definiria a estrutura administrativa e asseguraria o financiamento para a reconstrução da Faixa de Gaza. A proposta prevê que essa transição dure até que a Autoridade Palestina implemente reformas consideradas necessárias para reassumir o controle da região.
Divergências internacionais
Trump também criticou a posição de países que apoiam o reconhecimento de um Estado palestino, postura divergente da defendida por Washington e Tel Aviv. O plano faz referência ao seu projeto de paz de 2020 e à proposta apresentada por Arábia Saudita e França, que tratam de reformas e garantias de segurança antes de uma solução definitiva.
Segundo a Casa Branca, o objetivo é estabelecer condições para que Gaza tenha estabilidade, reconstrução e governança viável sem que o Hamas permaneça no poder.