As declarações foram feitas em Mar-a-Lago, resort do magnata na Flórida, e geraram reações internacionais.
A poucos dias de assumir novamente a presidência dos Estados Unidos, Donald Trump causou controvérsia ao declarar em entrevista coletiva, nesta terça-feira (7), que deseja incorporar o Canadá, tomar controle do Canal do Panamá e da Groenlândia, além de rebatizar o Golfo do México como “Golfo da América”.
Trump afirmou que pretende usar sanções econômicas, aumento de tarifas e, se necessário, força militar para alcançar seus objetivos, justificando que as regiões são estratégicas para a economia e a segurança nacional dos EUA.
Regiões de interesse de Trump
Canal do Panamá
Construído pelos Estados Unidos no início do século 20, o Canal do Panamá é atualmente administrado pelo governo panamenho, após ser transferido em 1999. A obra, essencial para conectar os oceanos Atlântico e Pacífico, impulsionou a economia americana durante décadas.
Trump acusou o Panamá de cobrar tarifas excessivas pelo uso do canal e alertou para o risco de influência chinesa na região, já que empresas de Hong Kong administram portos próximos. Ele afirmou que “o canal é vital para os Estados Unidos” e ameaçou exigir sua devolução caso os “princípios morais e legais” da doação do controle não sejam seguidos.
O governo panamenho, por sua vez, rebateu as acusações e declarou que “cada metro quadrado do Canal do Panamá pertence ao Panamá e continuará pertencendo”.
Groenlândia
A Groenlândia, território autônomo sob a Constituição da Dinamarca, já foi alvo de tentativas de compra pelos Estados Unidos, incluindo uma oferta de US$ 100 milhões em ouro durante a presidência de Harry Truman. Durante seu primeiro mandato, Trump também sugeriu comprar a ilha, que respondeu não estar à venda.
Agora, Trump voltou a destacar a importância estratégica da Groenlândia para a defesa americana e sugeriu uma possível aquisição. A ilha, rica em recursos minerais, petróleo e gás natural, também possui localização privilegiada para monitoramento militar.
Autoridades da Groenlândia reiteraram que o território “não está à venda” e especialistas afirmam que a independência da Dinamarca, discutida na ilha, não implica em submissão aos Estados Unidos.
Canadá
Trump sugeriu a anexação do Canadá, argumentando que os Estados Unidos gastam centenas de bilhões de dólares para proteger o país vizinho. Ele também ameaçou impor tarifas de 25% sobre produtos canadenses caso medidas contra o tráfico de drogas e a imigração ilegal não sejam adotadas.
O primeiro-ministro canadense, Justin Trudeau, respondeu de forma contundente: “Jamais o Canadá fará parte dos Estados Unidos”. Em rede social, afirmou que a soberania canadense não é negociável.
Golfo do México
Trump propôs renomear o Golfo do México para “Golfo da América”, alegando que os Estados Unidos “fazem a maior parte do trabalho na região”. Embora não tenha detalhado como realizaria a mudança, a proposta foi apoiada pela deputada republicana Marjorie Taylor Greene, que prometeu apresentar um projeto de lei para oficializar a alteração.
Repercussões e análise
As declarações de Trump foram amplamente criticadas. Segundo a Associated Press, ele tem priorizado uma “agenda imperialista” em detrimento de questões internas. Já a Reuters apontou que sua visão de “América em Primeiro Lugar” carrega um tom expansionista.
Da Redação/Click News/G1
