Ao adquirir carne para preparo em casa, é essencial prestar atenção às condições de armazenamento, higienização e preparo.
Produtos de origem animal devem ser armazenados na geladeira apenas se forem consumidos no mesmo dia da compra. Caso contrário, o congelamento é a melhor opção para preservar a qualidade.
Recentemente, uma operação policial revelou a venda de cerca de 800 toneladas de carne imprópria para consumo, provenientes de cargas que ficaram submersas durante as enchentes de 2024 no Rio Grande do Sul. A empresa Tem Di Tudo Salvados, de Três Rios (RJ), alegou que o material seria usado na produção de ração animal, mas acabou “maquiando” as carnes para revenda como se fossem próprias para consumo. Quatro pessoas foram presas, incluindo o proprietário da empresa.
O consumo de carne estragada representa um grave risco à saúde, podendo causar doenças como salmonelose e infecções por E. coli. O Ministério da Saúde alerta para sintomas de intoxicação alimentar, incluindo náusea, vômitos, cólicas abdominais, diarreia líquida e febre. Em casos graves, pode haver infecção generalizada e risco de morte.
Como identificar carne estragada?
De acordo com a Agência Estadual de Defesa Sanitária Animal e Vegetal do Mato Grosso do Sul, há seis passos fundamentais para verificar a qualidade da carne:
- Data de validade: Sempre verifique o prazo de validade indicado na embalagem. Produtos fora do prazo não devem ser consumidos, mesmo que estejam em promoção.
- Cor da carne: Carnes frescas apresentam coloração característica: carnes vermelhas devem ser de um tom vermelho-púrpura, enquanto carnes de aves variam entre o branco e o amarelo, com uma superfície brilhante e firme.
- Condição da embalagem: Embalagens estufadas, amassadas, enferrujadas ou rasgadas indicam que o produto pode estar comprometido. Verifique também se o alimento possui o selo de inspeção do Serviço de Inspeção Federal (SIF).
- Cheiro: Carnes com odor desagradável ou incomum devem ser descartadas.
- Textura: A carne não deve apresentar textura viscosa, pegajosa ou manchas pretas ou verdes. Essas características indicam deterioração.
- Aparência da gordura: A gordura saudável é branca e firme. Em carnes já preparadas, texturas gelatinosas ou manchas também apontam para condições inadequadas.
Cuidados no manuseio e armazenamento
Para garantir a segurança alimentar, carnes devem ser congeladas a uma temperatura de -18°C caso não sejam consumidas no mesmo dia. É importante lembrar que, uma vez descongelada, a carne não deve ser recongelada.
Bactérias perigosas se proliferam em temperaturas entre 15°C e 70°C, tornando o armazenamento em temperatura ambiente um risco. Antes do cozimento, certifique-se de que o produto esteja completamente descongelado, e cozinhe-o em temperaturas acima de 70°C para eliminar micro-organismos.
A higienização é outro ponto crucial. Lave bem as mãos, os utensílios e as superfícies antes e depois de manipular carnes. Sobras devem ser armazenadas em recipientes fechados na geladeira e reaquecidas antes do consumo.
Com Folhapress