Em um dos ataques mais intensos desde o início do conflito, a Rússia lançou 267 drones contra a Ucrânia na noite de sábado (22), informou o governo ucraniano.
O ataque coordenado atingiu diversas regiões do país, deixando pelo menos três mortos, de acordo com os primeiros levantamentos dos serviços de emergência.
Yuriy Ignat, porta-voz do Comando da Força Aérea da Ucrânia, classificou a ofensiva como um “recorde” em termos de quantidade de drones utilizados em uma única operação militar. Segundo ele, a defesa aérea do país conseguiu interceptar 138 drones, enquanto outros 119 desapareceram dos radares após serem bloqueados e não chegaram a causar danos.
O bombardeio afetou ao menos cinco regiões: Dnipro, Odessa, Poltava, Kiev e Zaporizhzhia. As mortes confirmadas ocorreram nas cidades de Kherson e Kryvyi Rih.
Escalada de ataques na véspera do terceiro ano de guerra
O ataque massivo ocorreu às vésperas do terceiro aniversário da guerra, que teve início em fevereiro de 2022. No dia anterior, sexta-feira (21), um bombardeio russo deixou 12 civis mortos após atingir residências e infraestruturas essenciais.
Em resposta à nova ofensiva, o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, voltou a pedir apoio internacional.
“Precisamos da força de toda a Europa, dos EUA e de todos que buscam uma paz duradoura”, declarou neste domingo (23). Ele também destacou que, na última semana, a Rússia intensificou os ataques contra a Ucrânia, lançando 1.150 drones, 1.400 bombas aéreas guiadas e 35 mísseis.
Rússia alega ter derrubado drones ucranianos
No mesmo dia, o Ministério da Defesa da Rússia afirmou que abateu 20 drones lançados pela Ucrânia contra seu território no sábado. Moscou não detalhou os locais atingidos nem os danos causados pela investida ucraniana.
Foto: Serviço de Emergência da Ucrânia/Via Reuters / BBC News Brasil
Tensões diplomáticas aumentam com os EUA
Os ataques recentes ocorrem em meio a um cenário de instabilidade política internacional. O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou negociações de paz com a Rússia sem incluir a Europa ou a própria Ucrânia, gerando desconforto entre líderes ocidentais.
A postura do republicano resultou em atritos com Zelensky, que foi alvo de críticas diretas do líder norte-americano. No início da semana, Trump chegou a chamar o presidente ucraniano de “ditador”, ampliando a tensão entre os dois países.
(Fonte: BBC News Brasil)
