Vice-presidente do Conselho de Segurança da Rússia desdenha da ameaça de tarifas de 100% e critica posicionamento dos EUA sobre a guerra
Medvedev responde às ameaças de Trump
O vice-presidente do Conselho de Segurança da Rússia, Dmitry Medvedev, reagiu com sarcasmo nesta terça-feira (15) às recentes ameaças feitas pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que condicionou a suspensão de tarifas de 100% à assinatura de um acordo de paz entre Moscou e Kiev no prazo de 50 dias.
Medvedev usou sua conta no X (antigo Twitter) para fazer uma crítica irônica à postura de Trump: “Trump lançou um ultimato teatral ao Kremlin. O mundo tremeu, esperando as consequências. A Europa beligerante ficou desapontada. A Rússia não se importou”, escreveu, rebatendo as ameaças do presidente norte-americano.
Trump impõe ultimato e anuncia novas medidas militares
As declarações de Medvedev surgem em resposta a um pronunciamento feito por Trump na segunda-feira (14), ao lado do novo secretário-geral da Otan, Mark Rutte. O presidente dos Estados Unidos expressou sua decepção com o presidente russo Vladimir Putin e a falta de progresso nas negociações de paz. Trump anunciou que, caso não haja um acordo dentro de 50 dias, as tarifas sobre os produtos russos seriam elevadas a 100%.
O líder norte-americano também informou que a Otan passaria a adquirir armamentos dos EUA para fornecer à Ucrânia. Em sua fala, Trump minimizou as conversas com Putin, destacando que elas não significavam nada, já que Moscou continuava a atacar a Ucrânia. “O comércio é uma ótima forma de resolver guerras”, afirmou, desconsiderando o risco de uma escalada do conflito.
Repercussão na União Europeia
A postura de Trump também gerou reações na União Europeia. A alta-representante da UE para os Negócios Estrangeiros, Kaja Kallas, se mostrou favorável ao endurecimento da posição dos EUA, mas criticou o prazo estipulado para a paz com Moscou. Em declarações após uma reunião ministerial em Bruxelas, Kallas destacou que, embora fosse positivo ver a firmeza dos EUA, o prazo de 50 dias parecia excessivo. “Inocentes continuam morrendo todos os dias”, lamentou a diplomata.
Guerra prolongada e rejeição de negociações
A guerra entre Rússia e Ucrânia completa, este mês, mais de três anos de intensos combates, com ofensivas acirradas especialmente neste verão europeu. Desde o início da invasão russa em fevereiro de 2022, o Kremlin tem rejeitado diversas propostas de cessar-fogo, tanto da Ucrânia quanto dos Estados Unidos, mantendo a ofensiva e prolongando o conflito.