Profissional de confiança do Vaticano, Strappetti foi reconhecido pelo pontífice como responsável por salvar sua vida em 2021
O Vaticano divulgou nesta terça-feira (22) novos detalhes sobre as últimas horas de vida do Papa Francisco, que faleceu na manhã de segunda-feira (21), aos 88 anos, em decorrência de um acidente vascular cerebral. Entre os relatos, destacou-se um gesto de gratidão do pontífice em direção ao seu enfermeiro pessoal, Massimiliano Strappetti, a quem acenou e agradeceu pouco antes de entrar em coma.
Com 56 anos, Strappetti é uma figura de grande respeito dentro da Santa Sé. Enfermeiro de formação, construiu sua carreira atuando na Unidade de Terapia Intensiva do Hospital Gemelli, em Roma — instituição reconhecida por cuidar da saúde dos papas —, e posteriormente passou a integrar o Serviço de Saúde do Vaticano. Em sua trajetória, atendeu também os pontífices João Paulo II e Bento XVI.
A relação próxima com Francisco foi consolidada em 2021, quando Strappetti teve papel decisivo ao recomendar que o Papa não adiasse uma cirurgia para o tratamento de uma diverticulite. Na época, o próprio pontífice reconheceu a importância dessa orientação ao afirmar: “Ele salvou minha vida”. No ano seguinte, Strappetti foi nomeado assistente pessoal de saúde do Papa, posição que ocupava até o falecimento do líder católico.
Reservado quanto à vida pessoal, pouco se conhece sobre Strappetti além do ambiente profissional. Segundo informações da agência italiana Ansa, ele é casado, realiza trabalhos voluntários e é torcedor da Lazio, tradicional clube de futebol de Roma.
Nos últimos dias de vida do Papa Francisco, Strappetti permaneceu ao seu lado em tempo integral. A última aparição pública do pontífice ocorreu no domingo de Páscoa, na Praça de São Pedro, no Vaticano. Na ocasião, Francisco teria questionado o enfermeiro sobre a possibilidade de cumprir toda a agenda prevista. Após receber uma resposta tranquilizadora, respondeu: “Obrigado por me levar de volta à praça”.
De acordo com fontes próximas ao pontífice, ouvidas pela agência de notícias do Vaticano, Francisco teve um domingo tranquilo, jantou normalmente e só apresentou sinais de mal-estar por volta das 5h30 da manhã de segunda-feira. Já acamado, por volta das 6h, acenou para Strappetti, demonstrando reconhecimento e afeto, antes de entrar em coma. O falecimento foi confirmado às 7h35.