Especialista explica os efeitos do álcool no organismo e orienta sobre cuidados para minimizar os impactos.
Dor de cabeça, náusea, cansaço. Para muitas pessoas, a manhã após uma noite de consumo excessivo de álcool pode trazer a sensação de estar enfrentando algo mais grave do que uma simples ressaca. E, com o passar dos anos, especialmente após os 30, essa sensação tende a piorar. A médica hepatologista Cíntia Mendes Clemente detalhou ao portal Terra as razões por trás desse fenômeno e deu dicas para lidar melhor com os efeitos do álcool.
De acordo com a especialista, o álcool atua como uma substância que desencadeia efeitos imediatos e também tardios no corpo humano. “Costumamos consumir álcool de forma recreativa: ficamos mais alegres, mais relaxados e socializamos melhor”, afirma. No entanto, o uso em excesso desencadeia reações metabólicas que impactam órgãos como o fígado, o estômago e o sistema nervoso.
Ao ser ingerido, o álcool é processado pelo fígado e convertido em acetaldeído, um composto tóxico para o organismo. Esse processo, somado à irritação no estômago e às oscilações nos níveis de glicose no sangue, resulta nos sintomas clássicos da ressaca: dores de cabeça, enjoo, vômitos e cansaço extremo. “A ressaca é resultado de um estresse metabólico que envolve agressões ao fígado, irritação gástrica, episódios de hipoglicemia e, em alguns casos, a presença residual de álcool no sangue no dia seguinte”, explica a médica.
Com o avanço da idade, o organismo se torna menos eficiente no processamento do álcool, intensificando os sintomas. “O metabolismo desacelera conforme envelhecemos. O fígado trabalha mais lentamente, e fatores como o aumento da gordura corporal e a redução da massa muscular também contribuem para a piora da ressaca”, destaca a hepatologista. Além disso, alterações hormonais e neurológicas aumentam a sensibilidade do corpo aos efeitos do álcool.
Como prevenir a ressaca
Embora o consumo de álcool traga esses impactos, algumas medidas simples podem minimizar os sintomas. A Dra. Cíntia Mendes Clemente recomenda:
- Evite consumir álcool em jejum: “Beber sem comer antes pode agravar a irritação gástrica e favorecer a hipoglicemia. Alimentos ajudam a retardar a absorção do álcool.”
- Consuma com moderação: “Respeite os limites do organismo. A ingestão moderada, como até duas latas de cerveja ou duas taças de vinho por dia, é geralmente considerada aceitável”.
- Cuidado com misturas alcoólicas: “A combinação de diferentes tipos de bebidas, especialmente destilados, pode aumentar rapidamente os níveis de álcool no corpo”.
- Mantenha-se hidratado: “A desidratação é um dos fatores mais significativos na ressaca. Intercalar a ingestão de álcool com água pode ajudar a aliviar os sintomas”.
Da Redação/Clicknews/Terra