A mobilização, que se estende até terça-feira (1º), é coordenada pela Aliança Nacional dos Entregadores de Aplicativos (Anea) e já conta com adesão de trabalhadores em pelo menos 20 estados.
Entregadores de aplicativos de todo o país iniciaram, nesta segunda-feira (31), uma paralisação de 48 horas em protesto contra a falta de reajuste nas tarifas mínimas e as condições precárias de trabalho.
A categoria reivindica, entre outros pontos, o aumento da taxa mínima por entrega — mantida há três anos, apesar da inflação — e melhores condições laborais, como a formalização do vínculo empregatício, direito a férias e garantias contra desligamentos unilaterais por parte das plataformas.
Entre as principais demandas estão:
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Reajuste do valor pago por quilômetro, de R$ 1,50 para R$ 2,50;
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Limitação das rotas para entregadores de bicicleta, com distância máxima de 3 km por pedido;
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Pagamento integral por entrega, sem reduções arbitrárias em pedidos múltiplos.
Segundo a Anea, a paralisação é uma resposta à estagnação nas negociações com as empresas e à deterioração das condições de trabalho. A entidade afirma que, sem reajustes adequados, os rendimentos dos entregadores não acompanham o aumento do custo de vida. Além disso, os profissionais arcam sozinhos com despesas como combustível, manutenção dos veículos e riscos de acidentes.
Durante os dois dias de greve, também estão previstas manifestações públicas em diversas cidades do país. As ações incluem motociatas, carreatas e pedaladas, com o objetivo de chamar atenção para as reivindicações e denunciar práticas antissindicais supostamente adotadas pelas plataformas — como o oferecimento de bônus para desmobilizar o movimento e ameaças de bloqueio contra entregadores que aderirem à paralisação.
A mobilização ocorre em meio a debates sobre a regulação do trabalho por aplicativos no Brasil. O governo federal chegou a anunciar uma proposta para formalizar relações entre plataformas e trabalhadores, mas ainda enfrenta resistência de representantes do setor e de parte da categoria.