Local em São Bernardo do Campo produzia bebidas com combustível adulterado; proprietária foi presa em flagrante por falsificação e adulteração
Fábrica clandestina descoberta no ABC Paulista
A Polícia Civil de São Paulo descobriu nesta sexta-feira (10) uma fábrica clandestina de bebidas alcoólicas em São Bernardo do Campo, no ABC Paulista. O local é apontado como a origem das garrafas adulteradas com metanol que causaram a morte de duas pessoas no estado.
De acordo com a investigação, a produção ilegal funcionava a partir da compra de etanol em postos de combustível. O material adquirido estaria contaminado com metanol — substância altamente tóxica — e era utilizado na fabricação de bebidas vendidas como vodca.
A operação foi deflagrada após o início de uma investigação sobre dois casos de intoxicação registrados na capital paulista. As vítimas haviam consumido “vodka” em um mesmo bar na Zona Leste. Com mandados de busca e apreensão, os agentes localizaram e desmantelaram o esquema de produção irregular.
Proprietária será indiciada e pode pegar até oito anos de prisão
A responsável pelo imóvel onde funcionava a fábrica foi presa em flagrante. Segundo a Polícia Civil, ela será indiciada pelos crimes de falsificação, corrupção e adulteração de substâncias alimentícias, previstos no artigo 272 do Código Penal. As penas variam de quatro a oito anos de reclusão, além de multa.
Vítimas e resultado das perícias
Uma das vítimas identificadas é o empresário Ricardo Lopes Mira, de 54 anos, que passou mal no dia 12 de setembro após ingerir bebida em um bar na Mooca e morreu quatro dias depois em um hospital da Zona Leste.
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Foto: Reprodução/Redes Sociais
No mesmo estabelecimento, os investigadores apreenderam nove garrafas — uma de gim e oito de vodca, algumas abertas e outras lacradas. A perícia constatou a presença de metanol em oito delas, com concentrações que variavam de 14,6% a 45,1%.