O partido realizou uma ação estratégica no aeroporto e convocou sua equipe para uma reunião nos corredores da Câmara com o objetivo de ampliar o número de assinaturas.
O Partido Liberal (PL), sigla do ex-presidente Jair Bolsonaro, intensificou nesta terça-feira (8) sua mobilização para reunir assinaturas suficientes com o objetivo de pautar, em regime de urgência, o projeto que prevê anistia aos envolvidos nos atos antidemocráticos de 8 de janeiro de 2023.
Liderada pelo deputado Sóstenes Cavalcante (PL-RJ), a iniciativa incluiu uma ação no aeroporto de Brasília e a mobilização de equipes nos corredores da Câmara dos Deputados. Segundo a legenda, o pedido de urgência contava com 205 assinaturas até o fim da tarde. Para que o requerimento avance, é necessário o apoio de, no mínimo, 257 parlamentares.
Mesmo que o número seja alcançado, a inclusão do pedido na pauta de votações depende do presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB). Caso aceite deliberar a urgência, o projeto poderá ser analisado diretamente no plenário, sem necessidade de tramitação por comissões temáticas.
Um grupo de 12 mulheres circulou pela Câmara nesta terça-feira com camisetas estampadas com a frase “anistia já” e placas com QR Codes, direcionando os deputados ao sistema interno da Casa, onde é possível registrar apoio ao requerimento. O modelo de contratação do grupo ainda não foi informado pelo PL.
A pressão política em torno de Hugo Motta tem aumentado. O deputado, que assumiu a presidência da Câmara em março, tem evitado se comprometer com o conteúdo do projeto. Em declaração recente, ele defendeu moderação e diálogo institucional.
“Não é desequilibrando, não é aumentando a crise que vamos resolver o problema. Não é distanciando as instituições que nós vamos encontrar a saída para este momento delicado e difícil que o Brasil enfrenta”, afirmou Motta na segunda-feira (7).
O projeto de anistia, defendido por parlamentares bolsonaristas, tem gerado forte reação de setores da sociedade civil, do Judiciário e de entidades ligadas à defesa da democracia. A iniciativa visa perdoar os envolvidos nos ataques às sedes dos Três Poderes, em Brasília, que resultaram em depredações e prisões em massa. A tramitação da proposta ocorre no momento em que o Supremo Tribunal Federal julga novas denúncias relacionadas à tentativa de golpe de Estado investigada no inquérito das milícias digitais.