Nova funcionalidade do Banco Central permitirá compras fracionadas via Pix, ampliando alternativas ao cartão de crédito
O Banco Central confirmou que o Pix parcelado será oficialmente lançado no segundo semestre de 2025. A nova modalidade permitirá que consumidores realizem pagamentos em parcelas diretamente pelo sistema Pix, funcionando como uma espécie de “cartão de crédito virtual”, mas sem depender das bandeiras tradicionais. A iniciativa visa ampliar o acesso ao crédito e oferecer mais flexibilidade nas transações financeiras.
Pagamentos fracionados com liquidação imediata
Diferente do modelo atual, em que o valor é debitado integralmente, o Pix parcelado permitirá dividir compras em prestações mensais. O consumidor poderá escolher o número de parcelas, e o valor será debitado de forma programada da conta bancária ou carteira digital. O recebedor, por sua vez, receberá o montante total à vista, com o risco de crédito assumido pela instituição financeira.
A funcionalidade estará disponível para transações entre pessoas físicas, empresas e plataformas digitais, incluindo lojas físicas e e-commerces. Pequenos comerciantes, que enfrentam dificuldades com as taxas dos cartões de crédito, poderão se beneficiar da nova alternativa.
Diretrizes e regulamentação
O Banco Central está na fase final de ajustes técnicos e regulamentares, incluindo protocolos de segurança, prevenção a fraudes e definição das condições de oferta. Embora alguns bancos já ofereçam versões limitadas do serviço, a padronização nacional deve garantir maior transparência e competitividade entre instituições.
Cada banco ou fintech poderá definir suas próprias taxas de juros, prazos e condições de parcelamento, respeitando as diretrizes gerais estabelecidas pelo Banco Central. A contratação será feita diretamente nos aplicativos bancários, mediante análise de crédito do cliente.
Vantagens para consumidores e lojistas
Para consumidores:
- possibilidade de parcelar compras mesmo sem limite no cartão de crédito
- acesso ao crédito para quem não possui cartão
- liquidação imediata da primeira parcela, com segurança semelhante ao Pix tradicional
Para lojistas:
- recebimento integral do valor da venda
- redução de custos operacionais ao eliminar intermediários
- estímulo ao consumo e aumento nas vendas
Riscos e desafios
Apesar dos benefícios, especialistas alertam para o risco de endividamento, especialmente entre consumidores com baixa educação financeira. A cobrança de juros será inevitável, já que o Pix parcelado funcionará como uma operação de crédito. As taxas poderão variar entre 1,59% e 9,99% ao mês, conforme o perfil do cliente.
Outro ponto de atenção são as fraudes digitais. O Banco Central promete implementar protocolos de autenticação mais robustos, mas criminosos podem tentar explorar vulnerabilidades no sistema.
Comparativo com outros meios de pagamento
O Pix parcelado se diferencia do cartão de crédito por sua agilidade e integração direta ao sistema bancário. Enquanto o cartão depende de bandeiras e maquininhas, o Pix opera de forma instantânea e centralizada. Em relação ao crediário tradicional, a nova modalidade tende a ser menos burocrática e mais acessível.
Impacto no mercado financeiro
A chegada do Pix parcelado deve provocar mudanças significativas no setor de pagamentos, desafiando a hegemonia dos cartões de crédito. Bancos e fintechs já se movimentam para lançar suas versões do serviço, apostando na integração com aplicativos e carteiras digitais.
A expectativa é que a funcionalidade contribua para a inclusão financeira de milhões de brasileiros que não têm acesso ao crédito formal. No entanto, será necessário investir em educação financeira para evitar o uso irresponsável da ferramenta.
Perspectivas para 2026
O Banco Central projeta que, até 2026, o Pix parcelado esteja consolidado como um dos principais meios de pagamento no país. Para os consumidores, representa mais liberdade de escolha. Para os lojistas, abre oportunidades de fidelização e crescimento. Já para as instituições financeiras, o desafio será equilibrar taxas competitivas com uma gestão eficaz do risco de crédito.



