Ação cumpre mandados em São Paulo e no Rio de Janeiro; seis funcionários da Caixa estão entre os investigados
A Polícia Federal desencadeou, nesta quinta-feira (21), a segunda fase da Operação Oasis 14, que investiga uma organização criminosa especializada em fraudes contra o sistema financeiro e programas sociais. Segundo a corporação, o prejuízo estimado supera R$ 110 milhões.
Mandados em dois estados
A ofensiva mobiliza equipes para cumprir 26 mandados de prisão e 28 de busca e apreensão em endereços de São Paulo e de sete cidades fluminenses: Niterói, São Gonçalo, Rio de Janeiro, Nova Friburgo, São Pedro da Aldeia, Saquarema e Itaboraí.
Até as 8h30 desta quinta, a PF havia confirmado 14 prisões. Em São Pedro da Aldeia, um dos alvos foi detido em flagrante por posse ilegal de arma de fogo após os agentes localizarem um revólver e seis munições durante as buscas em sua residência.
Como funcionava o esquema
As investigações tiveram início em maio de 2024 e identificaram a participação de seis funcionários da Caixa Econômica Federal, além de quatro empregados de bancos privados. Mais de 330 empresas de fachada estariam sob controle da quadrilha.
O grupo fraudava empréstimos bancários e movimentações financeiras por meio da abertura irregular de contas, simulações de transações e utilização de imóveis reais como fachada para empresas fictícias.
De acordo com a PF, eram empregados documentos falsos e pessoas de baixa renda atuavam como “laranjas”. Também foram identificados “sócios fantasmas” registrados em companhias que só existiam no papel.
Prejuízo milionário
A Caixa Econômica Federal colaborou com as apurações por meio de sua Corregedoria e da Centralizadora Nacional de Segurança e Prevenção à Fraude. Esse cruzamento de dados permitiu identificar cerca de 200 operações de crédito fraudulentas, com prejuízo documentado de ao menos R$ 33 milhões apenas em detrimento do banco público.
No total, o dano ao sistema financeiro nacional pode chegar a R$ 110 milhões, segundo cálculos da Polícia Federal.
Crimes investigados
Os envolvidos poderão responder por:
- organização criminosa;
- estelionato qualificado;
- crimes contra o sistema financeiro nacional;
- corrupção ativa e passiva;
- lavagem de dinheiro.