Operação Fake Agents chega à 3ª fase e apura envolvimento de advogada e funcionários da Caixa Econômica Federal no Rio de Janeiro
Fraude milionária no futebol
A Polícia Federal deflagrou, na manhã desta quinta-feira (13), a terceira fase da Operação Fake Agents, no Rio de Janeiro, para desarticular uma organização criminosa responsável por saques fraudulentos do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS). O grupo teria desviado cerca de R$ 7 milhões pertencentes a jogadores de futebol, ex-atletas e treinadores.
Entre as vítimas identificadas estão Paolo Guerrero, Gabriel Jesus, Ramires, João Rojas, Titi, Raniel, Christian Cueva, Donatti, Tarouco, Obina e Paulo Roberto Falcão. A PF também apura possíveis irregularidades em contas vinculadas ao ex-técnico da seleção brasileira, Luiz Felipe Scolari, o Felipão.
Advogada apontada como líder do esquema
Segundo as investigações, o esquema era comandado pela advogada Joana Costa Prado Oliveira, que utilizava contatos em agências da Caixa Econômica Federal para liberar indevidamente os valores. Ela teve a carteira da OAB suspensa após decisão do Tribunal de Ética e Disciplina da OAB-RJ, em setembro.
Em nota enviada ao jornal O Globo, a Ordem afirmou que “já havia instaurado um processo ético-disciplinar para apurar a conduta da advogada citada nas reportagens”.
Três fases de investigação
A operação evoluiu em três etapas. A primeira começou após a descoberta de uma fraude milionária no FGTS do jogador peruano Paolo Guerrero, que teve cerca de R$ 2,2 milhões desviados por meio de documentos falsos.
Na segunda fase, a PF identificou que a advogada chefiava o grupo responsável pela falsificação e articulação dos golpes.
Nesta terceira etapa, deflagrada nesta quinta-feira, o foco passou a ser funcionários da Caixa Econômica Federal no Rio de Janeiro, suspeitos de facilitar o acesso aos valores.
Agentes cumpriram quatro mandados de busca e apreensão — três em residências de servidores da Caixa, localizadas na Tijuca, em Ramos e Deodoro, e um em uma agência no Centro da cidade.
Golpe operava desde 2014
As investigações apontam que o grupo atua desde 2014, desviando recursos do FGTS de atletas recém-desligados de clubes, que ainda tinham valores a receber. A quadrilha, formada por advogados, bancários, empresários e ex-jogadores, operava em etapas bem definidas: primeiro, identificava as vítimas e falsificava documentos; depois, realizava saques irregulares e abria contas bancárias em nome dos atletas; por fim, transferia os valores para contas de laranjas, dificultando o rastreamento do dinheiro.
Os suspeitos poderão responder por falsificação de documento público, estelionato e associação criminosa, além de outros crimes que possam ser identificados no decorrer das investigações.



