O presidente do Progressistas (PP), Ciro Nogueira, declarou nesta quinta-feira (6) que sua legenda não apoiará o presidente Luiz Inácio Lula da Silva nas eleições de 2026.
O político também previu que outras siglas do Centrão, como o União Brasil, Republicanos e PSD, devem seguir o mesmo caminho. Atualmente, esses partidos têm ministros no governo.
A crescente crise de popularidade do presidente Lula tem tornado mais difícil o apoio do Centrão. Durante entrevista à GloboNews, Nogueira afirmou: “São partidos que têm muita identificação. Quanto mais se aproximar a eleição, mais as pessoas vão ser cobradas, vão ter que prestar contas dos seus mandatos. Republicanos, União Brasil e Progressistas têm muita identidade de pensamento. A grande maioria nos partidos tem um viés de oposição. O PSD também tem um pouco, tem uma liderança mais isolada, que é o (Gilberto) Kassab.”
Em seguida, ele destacou a improbabilidade de uma aliança com o petista em 2026: “Eu acho muito difícil, impossível, que esses quatro partidos estejam com Lula na eleição de 2026. O meu, com certeza, não estará.”
A declaração foi dada em um momento em que o partido avalia a permanência do ministro do Esporte, André Fufuca (PP-MA), no governo. Nogueira afirmou que há uma pressão crescente de correligionários para que o PP se distancie do governo federal, e que essa decisão será tomada em breve. “Não quero mais postergar essa decisão do nosso partido de forma nenhuma”, disse, destacando que conversará com outros líderes da sigla, como o ex-presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL).
Além disso, Nogueira reafirmou que foi contrário à nomeação de Fufuca para o ministério, cargo assumido em setembro de 2023, no lugar de Ana Moser. “Para mim, o Fufuca não devia nem ter aceitado esse ministério. Fui contra, coloquei desde o início que eu era contrário a isso”, afirmou. Ele completou dizendo que o Partido Progressistas, identificado com o centro e a centro-direita, tem dificuldades em se alinhar com um governo com forte viés à esquerda: “Foi uma posição de liberalidade do nosso partido, não cobrar que um membro viesse a contribuir com o governo, mas acho que está chegando a um limite isso.”
Por fim, Nogueira indicou que o partido deverá tomar uma decisão sobre sua relação com o governo em breve, caso a situação se mantenha.