O ministro da Secretaria de Relações Institucionais, Alexandre Padilha (PT), declarou que o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), e o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), possuem “credenciais” políticas que os habilitam a assumir ministérios no governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
A declaração ocorre em meio a especulações sobre uma possível reforma ministerial. Lira tem sido cotado para assumir o comando do Ministério da Agricultura, enquanto Pacheco aparece como potencial nome para o Ministério da Justiça e Segurança Pública ou para o Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MIDC).
“Estamos encerrando esta Legislatura, com toda a parceria que foi construída, reconhecendo as diferenças e os esforços de negociação para a aprovação das medidas que conseguimos. O fato de tanto Lira quanto Pacheco serem cogitados para compor o governo é um indicativo da retomada das relações institucionais. Ambos têm credenciais políticas para exercer outras funções na República, inclusive dentro do governo”, afirmou Padilha em entrevista à Folha de S.Paulo.
A possível reformulação ministerial também pode afetar o próprio ministério de Padilha, que pode ser substituído na articulação política do governo. Entre as alternativas para seu futuro, cogita-se sua nomeação para os Ministérios da Saúde ou da Defesa. “Continuarei contribuindo com o presidente Lula onde ele considerar necessário. Não há interesse pessoal envolvido. No jogo político, cabe ao técnico definir a posição do jogador”, declarou o ministro ao comentar as movimentações no governo.
Popularidade de Lula registra queda
A avaliação positiva do governo Lula apresentou uma queda de cinco pontos percentuais, conforme a pesquisa divulgada pelo Instituto Quaest em 27 de janeiro. O índice de aprovação caiu de 52% em dezembro para 47% em janeiro.
Pela primeira vez desde o início de seu terceiro mandato, a reprovação do presidente superou sua aprovação.
Padilha minimizou a queda e afirmou que não há “truques” para reverter a popularidade do governo. “Quem aposta em soluções mágicas ou em uma ‘bala de prata’ para melhorar a imagem geralmente enfrenta um resultado negativo. Temos experiência suficiente para manter a economia no rumo certo”, declarou o ministro.