Agentes cumprem mandados em Brasília para apurar suspeitas de peculato, uso de documentos falsos e corrupção; deputado não é alvo
Investigação em andamento
A Polícia Federal abriu nesta sexta-feira uma nova frente de apuração sobre possíveis irregularidades no uso de emendas parlamentares. A principal investigada é Mariângela Fialek, conhecida como Tuca, assessora do deputado Arthur Lira (PP-AL), ex-presidente da Câmara dos Deputados. As suspeitas envolvem peculato, falsidade ideológica, uso de documentos falsos e corrupção. Lira não está entre os alvos da operação.
Papel estratégico na liberação de emendas
Fialek ocupa atualmente um cargo na liderança do PP na Câmara, com remuneração de R$ 23.732,92. Dentro do Congresso, ela é vista como uma figura central na engrenagem responsável pela liberação de emendas durante a gestão de Lira no comando da Casa. Os mandados de busca e apreensão foram cumpridos em seu endereço e em uma sala no próprio Congresso. Nem ela nem o deputado se manifestaram até agora.
Atuação no período do orçamento secreto
Com formação em Direito e quase 20 anos de carreira em assessoramento legislativo, Tuca ganhou influência especialmente durante a vigência do orçamento secreto — mecanismo que permitia a indicação sigilosa de emendas e que foi derrubado pelo STF em 2022. À época, Lira controlava boa parte dos repasses por meio das emendas de relator, e parlamentares buscavam a assessora para conseguir acesso aos recursos.
Expansão de cargos e influência
Durante o período em que Lira presidiu a Câmara, Fialek também exerceu funções em conselhos fiscais de estatais. Atuou na Codevasf, estatal conhecida pelo forte vínculo com o Centrão, e recentemente assumiu vaga no conselho da Caixa Econômica Federal, instituição hoje comandada por um nome indicado pelo deputado.
Objetivo da operação
Batizada de Operação Transparência, a ação da PF busca esclarecer possíveis desvios na destinação de recursos de emendas parlamentares. Os dois mandados de busca foram autorizados pelo Supremo Tribunal Federal e cumpridos em Brasília.



