Ação conjunta das polícias Civil e Militar mira cerca de 100 alvos em complexos do Alemão e da Penha; quatro suspeitos e um policial civil morreram em confronto
Ação com 2,5 mil agentes nas comunidades do Alemão e da Penha envolve tiroteios, barricadas incendiadas e uso de drones; dois policiais civis estão entre as vítimas
Pelo menos 20 pessoas morreram e 81 foram presas nesta terça-feira (28) em uma megaoperação das forças de segurança do Rio de Janeiro contra o Comando Vermelho (CV), nos complexos do Alemão e da Penha, na Zona Norte.
Traficantes reagiram a tiros e levantaram barricadas em chamas. Um vídeo que circula mostra quase 200 disparos em apenas um minuto, em meio a colunas de fumaça. Até a última atualização, a operação ainda estava em andamento, com relatos de novos feridos.
Trata-se de mais uma etapa da Operação Contenção, iniciativa permanente do governo estadual para conter o avanço do CV por territórios fluminenses.
Mortes confirmadas
Entre as 20 vítimas fatais, estão dois policiais civis:
- Marcus Vinícius Cardoso de Carvalho, 51 anos, conhecido como Máskara, recém-promovido a chefe de investigação da 53ª DP (Mesquita);
- Rodrigo Velloso Cabral, 34 anos, da 39ª DP (Pavuna).
Os outros 18 mortos são traficantes que trocaram tiros com policiais, segundo informações do governo do estado.
O que é a operação
A megaoperação mobilizou cerca de 2,5 mil agentes das polícias Civil e Militar, com o objetivo de cumprir 100 mandados de prisão.
A Polícia Civil informou que, em retaliação, traficantes lançaram bombas com drones. Outros fugiram em fila indiana pela parte alta das comunidades, lembrando a cena da ocupação do Alemão em 2010.
A ação também causou impactos diretos à população: escolas e postos de saúde não abriram, e serviços essenciais foram suspensos.
Balanço parcial
- 18 suspeitos mortos em confronto — dois da Bahia e um do Espírito Santo;
- 2 policiais civis mortos; outros 7 agentes de segurança baleados;
- 3 civis atingidos por balas perdidas: um homem em situação de rua, uma mulher em academia e um homem em ferro-velho;
- 81 pessoas presas;
- Apreensão de 31 fuzis, 2 pistolas e 9 motocicletas.
Entre os detidos estão Thiago do Nascimento Mendes, o Belão do Quitungo, um dos chefes do CV na região, e Nicolas Fernandes Soares, operador financeiro de Edgar Alves de Andrade, o Doca ou Urso.
Impactos na cidade
O secretário de Segurança Pública do Rio, Victor Santos, afirmou que a operação foi planejada com antecedência e sem apoio federal:
“Toda essa logística é do próprio estado. São aproximadamente 9 milhões de metros quadrados de desordem no Rio de Janeiro. Lamentamos profundamente as pessoas feridas, mas essa é uma ação necessária, planejada, com inteligência, e que vai continuar”, disse Santos.
Cerca de 280 mil pessoas vivem nas áreas afetadas.
Segundo a Secretaria Municipal de Saúde, cinco unidades de Atenção Primária suspenderam o funcionamento, e uma clínica da família manteve atendimento parcial, sem visitas domiciliares.
Na rede municipal de ensino, 28 escolas no Alemão e 17 na Penha não abriram. O governo estadual informou que um colégio estadual precisou ser fechado.
O Rio Ônibus registrou 12 linhas com itinerários desviados preventivamente.
Alvos de outros estados e forças envolvidas
A operação, que conta com promotores do Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ), é resultado de um ano de investigação da Delegacia de Repressão a Entorpecentes (DRE). Entre os procurados, pelo menos 30 são do Pará.
Participam policiais militares do Comando de Operações Especiais (COE) e unidades operacionais da PM da capital e da Região Metropolitana, além de agentes de todas as delegacias especializadas e distritais da Polícia Civil.
A estrutura mobilizada inclui helicópteros, blindados, veículos de demolição e ambulâncias do Grupamento de Salvamento e Resgate.
Denúncias do Ministério Público
O Grupo de Atuação Especializada de Combate ao Crime Organizado (Gaeco/MPRJ) denunciou 67 pessoas por associação para o tráfico e três homens por tortura.
Segundo a promotoria, o Complexo da Penha se tornou um ponto estratégico para escoamento de drogas e armamentos, servindo como base do projeto expansionista do CV em Jacarepaguá.
Entre os líderes apontados estão:
- Edgar Alves de Andrade, o Doca;
- Pedro Paulo Guedes, o Pedro Bala;
- Carlos Costa Neves, o Gadernal;
- Washington Cesar Braga da Silva, o Grandão.
Eles teriam emitido ordens sobre a venda de drogas, escalas de criminosos e execuções de quem contrariasse seus interesses.
Outros 15 homens eram responsáveis pela gerência do tráfico, incluindo contabilidade e abastecimento. Os demais atuavam como soldados, realizando segurança e monitoramento.
Veja fotos:
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