A terceira onda de calor que atinge diversas regiões do Brasil deve persistir por pelo menos mais seis dias, segundo previsões meteorológicas. Durante esse período, as temperaturas poderão superar em mais de 5°C a média esperada para fevereiro.
O fenômeno impacta principalmente os estados do Sudeste, Centro-Oeste e parte do Nordeste, além do Distrito Federal. A permanência do calor intenso está associada a um bloqueio atmosférico, que impede a chegada de frentes frias e mantém as temperaturas elevadas. Esse bloqueio ocorre quando uma área de alta pressão estaciona no centro do país, dificultando a circulação de massas de ar frio.
De acordo com os especialistas, o bloqueio atmosférico deve começar a perder força no início da próxima semana, permitindo o aumento da nebulosidade e a ocorrência de chuvas em algumas cidades afetadas.
Chuvas e temporais
Enquanto as regiões centrais do Brasil enfrentam o calor extremo, o Sul do país tem previsão de chuvas intensas e rajadas de vento nos próximos dias, principalmente no Rio Grande do Sul e em Santa Catarina. A frente fria que provoca esse cenário não consegue avançar para o Sudeste devido ao bloqueio atmosférico.
No Norte e Nordeste, a atuação da Zona de Convergência Intertropical (ZCIT) deve provocar temporais no Ceará, norte do Piauí, norte do Maranhão, norte do Pará e Amapá. Esse fenômeno é um corredor de umidade próximo à linha do Equador que, no verão, se desloca mais para a América do Sul, favorecendo a formação de tempestades.
“Em resumo, o cenário do Brasil é o seguinte: nos extremos Norte e Sul, há temporais. Já no centro do país, o tempo segue quente e seco devido à onda de calor”, explica o meteorologista Fábio Luengo.
Embora algumas áreas possam registrar pancadas de chuva, a precipitação será isolada e caracterizada como chuva convectiva, formada pelo calor e pela umidade. Estados como São Paulo, sul de Minas Gerais, Triângulo Mineiro e Mato Grosso do Sul podem ter episódios de chuva, mas sem grande abrangência.
Estados afetados pela onda de calor
Além do Distrito Federal, os estados que devem registrar temperaturas muito acima da média são:
- Norte do Paraná
- São Paulo
- Rio de Janeiro
- Espírito Santo
- Minas Gerais
- Mato Grosso do Sul
- Goiás
- Bahia
- Extremo sul do Piauí
Para ser considerada uma onda de calor, as temperaturas precisam permanecer 5°C acima da média por pelo menos cinco dias consecutivos. Embora o fenômeno ocorra de maneira generalizada, o pico de calor pode variar de acordo com cada localidade.
Os bloqueios atmosféricos, responsáveis pelo aumento das temperaturas, são sistemas de alta pressão que impedem a formação de nuvens e dificultam a ocorrência de chuvas.
Recordes de temperatura em 2025
A sucessão de dias quentes pode levar algumas capitais a registrar as temperaturas mais altas do ano. Segundo a Climatempo, todas as capitais do Sudeste têm chances de atingir novos recordes de calor ao longo da semana.
Até o momento, os maiores registros de temperatura em 2025 nas capitais da região são:
- São Paulo: 34°C (17/02) – recorde do ano e do verão 2024/2025
- Rio de Janeiro: 41,3°C (17/02) – recorde do ano e do verão 2024/2025
- Vitória: 36,5°C (14/02) – recorde do ano e do verão 2024/2025
- Belo Horizonte: 34,4°C (21/01) – recorde do ano e do verão 2024/2025
Com a persistência da onda de calor, especialistas recomendam cuidados redobrados com a saúde, como a hidratação frequente, o uso de protetor solar e a redução da exposição ao sol nos horários mais quentes do dia.
(Fonte: g1)
