Sinais como sede, cãibras, urina escura, mau hálito, dor de cabeça e pressão arterial baixa podem indicar desidratação. Trabalhadores rurais e idosos estão entre os grupos mais suscetíveis.
Cerca de 65% do corpo humano é composto por água, sendo este elemento essencial para o equilíbrio e funcionamento adequado do organismo. A carência de água pode levar a problemas graves, incluindo risco de morte. O corpo humano é dotado de sensores que detectam a redução de líquidos e, mesmo com níveis moderados de desidratação, o alerta da sede é ativado.
Grupos como trabalhadores rurais, que enfrentam dificuldades em manter a hidratação em ambientes de alta temperatura, e pessoas idosas, que possuem menor percepção de sede ou comprometimentos cognitivos, são particularmente vulneráveis.
Importância da água no organismo
A água desempenha funções cruciais, como:
- Circulação sanguínea: garante o volume adequado de sangue e a manutenção da pressão arterial, essenciais para o transporte de nutrientes e energia aos órgãos.
- Digestão e trânsito intestinal: contribui para a formação e excreção do bolo fecal.
- Eliminação de toxinas: facilita a remoção de substâncias prejudiciais pela urina, suor e fezes, especialmente pelos rins.
- Lubrificação: mantém olhos e articulações protegidos.
- Regulação térmica: ajuda a controlar a temperatura corporal.
- Saúde da pele: promove elasticidade e hidratação.
Sinais de desidratação
A falta de água pode ser percebida por uma série de sintomas, cuja gravidade aumenta conforme o grau de desidratação:
- Sede constante
- Cãibras musculares
- Urina escura e em menor volume
- Mau hálito e ressecamento bucal
- Dor de cabeça e tontura
- Irritabilidade e mudanças de humor
- Fadiga e cansaço persistente
- Queda de pressão arterial
Consequências a longo prazo
A ingestão crônica insuficiente de água pode causar:
- Constipação, com fezes ressecadas.
- Ressecamento da pele e mucosas.
- Formação de pedras nos rins devido ao acúmulo de cálcio.
- Insuficiência renal e mau funcionamento dos rins.
- Aumento do risco de trombose e AVC, em decorrência do sangue mais viscoso.
“Pessoas com predisposição à formação de cálculos renais são especialmente prejudicadas pela baixa ingestão de água e frequentemente necessitam consumir mais de dois litros diários”, alerta Andrea Fioretti, vice-presidente da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM).
Quantidade ideal de consumo
De modo geral, adultos precisam de cerca de dois litros de água por dia, ou aproximadamente 35 ml por quilo de peso corporal. Esse volume pode variar dependendo de fatores como prática de exercícios, temperatura ambiente e condições de saúde.
Como avaliar a hidratação
Indicadores como exame de ureia no sangue e monitoramento da pressão arterial podem sinalizar níveis de hidratação.
Celso Cukier, nutrólogo do Hospital Israelita Albert Einstein, reforça: “A água regula o equilíbrio hidroeletrolítico, a temperatura corporal e está presente em todas as células. A ausência de água causa desequilíbrios que vão desde sintomas leves até a morte”.
Quando é necessário redobrar a atenção
- Dias de calor intenso, com maior perda de líquidos pelo suor.
- Consumo de álcool, que contribui para a desidratação.
- Atividades físicas, que aumentam a transpiração.
- Dietas ricas em sal, que estimulam a diurese.
E o excesso de água?
O consumo excessivo, conhecido como potomania, pode ser resultado de distúrbios hormonais ou psicológicos. O endocrinologista Bruno Geloneze, da Unicamp, alerta que a hiper-hidratação pode alterar o equilíbrio do sangue e causar problemas neurológicos.
Da Redação/Click News/G1
