Por muito tempo, eu acreditava que a chave do sucesso estava na persistência.
E, de fato, persistir é fundamental.
Quem não desiste, cedo ou tarde, encontra um caminho.
Mas o tempo, com sua forma sutil de ensinar, me mostrou que há algo ainda mais essencial.
Algo que vem antes da persistência.
A autoconfiança.
Sem confiança em si mesmo, não há como dar sequer o primeiro passo.
É como querer atravessar uma ponte sem acreditar que ela pode sustentar o peso do corpo.
Pense nas coisas mais simples da vida.
Para andar na rua, você precisa confiar que suas pernas o conduzirão.
Quando criança, não era assim:
antes de caminhar com firmeza, houve quedas, tropeços, tentativas frustradas.
E, aos poucos, o corpo foi se convencendo de que podia.
O mesmo acontece com a bicicleta, com a natação, com qualquer aprendizado.
Primeiro a coragem de tentar, depois o treino, e só então a confiança nasce de verdade.
É por isso que ouso dizer:
Ninguém realiza nada sem autoconfiança.
Como pedir um aumento se você não acredita no seu próprio valor?
Como iniciar um romance se não confia no seu jeito de encantar?
Como empreender se duvida da sua capacidade de criar e sustentar um projeto?
Até mesmo pequenos gestos – como falar em público ou arriscar um novo esporte – exigem essa centelha interior.
A persistência é o motor que mantém a caminhada.
Mas a autoconfiança é o botão de ignição.
Sem ela, o carro nem sai da garagem.
A boa notícia é que confiança não é um dom reservado a poucos.
Ela é uma habilidade treinável.
E se fortalece, curiosamente, no mesmo terreno onde brota o medo.
Quer aprender a confiar mais em si mesmo?
Enfrente o que assusta.
Exponha-se ao risco, dê passos mesmo quando a perna treme.
É assim que o inconsciente vai aprendendo que você pode.
É quase como convencer uma criança assustada de que a água não é tão fria quanto parece.
Só mergulhando é que ela descobre.
E só mergulhando outra vez é que ela acredita de vez.
Lembre-se do tempo em que aprendeu a andar.
Você caiu, chorou, ralou os joelhos.
Mas continuou tentando.
E, no momento em que se sustentou sozinho, nasceu uma confiança que ninguém mais podia tirar.
A vida adulta não é diferente.
Nossas inseguranças são quedas invisíveis.
Nossos medos, os joelhos ralados da alma.
E a única cura é levantar, insistir, provar a nós mesmos que somos capazes.
Por isso, diante de qualquer meta – grande ou pequena – o primeiro exercício não é apenas planejar, nem prometer persistir.
O primeiro exercício é acreditar em si mesmo.
É olhar para o espelho e dizer: eu posso.
Quando a confiança se instala, a persistência encontra terreno fértil.
E juntas, elas formam uma dupla imbatível.
No fim das contas, o sucesso não é privilégio dos mais fortes, nem dos mais inteligentes.
Ele sorri para aqueles que ousam acreditar em si, mesmo quando o mundo duvida.
E que continuam acreditando, mesmo depois de tropeçar.
Autoconfiança não é arrogância.
É fé no próprio caminho.
É a coragem de começar sabendo que cair faz parte, mas levantar é o que transforma.
Persistir é importante, sim.
Mas só persiste quem primeiro se convence de que vale a pena.
E é a autoconfiança que acende essa chama.
Talvez o segredo esteja justamente nisso:
confiar antes de tudo.
Porque, quando acreditamos em nós mesmos, o impossível se torna apenas uma palavra a ser vencida.




