O sucesso de Gabriel Bortoleto na Sauber e a consolidação da Fórmula 4 nacional impulsionam o automobilismo brasileiro, que terá uma nova pista internacional no Rio de Janeiro
Mesmo após um período de sete anos sem um representante no grid da Fórmula 1, o Brasil — um dos principais palcos históricos da categoria — demonstrou resiliência ao investir no desenvolvimento de novos talentos e projetos. O piloto Gabriel Bortoleto é um exemplo desse esforço. Em sua temporada de estreia pela Sauber, ele não apenas encerrou o jejum de pilotos brasileiros na F1, como também tem alcançado boas performances, abrindo caminho e fortalecendo a disputa de outros jovens por uma das 20 vagas da categoria máxima do automobilismo.
O crescimento das categorias de base
A Fórmula 4 brasileira, lançada em 2022, tem sido um pilar fundamental no desenvolvimento de novos profissionais. Criada pela FIA (Federação Internacional do Automobilismo), a F4 é o grau inicial na transição do kart para os monopostos. Sua existência nacional é crucial: antes dela, a única opção para os pilotos brasileiros iniciarem a carreira de monopostos era na Europa, o que limitava o acesso ao esporte.
Atualmente, 12 dos 20 pilotos que compõem o grid da Fórmula 1 são egressos da Fórmula 4. O Brasil já colhe os frutos da categoria, com talentos como Pedro Clerot, o primeiro campeão nacional da F4, e Fernando Barrichello — filho do ex-piloto Rubens Barrichello — que avançarão para a Fórmula 3 na próxima temporada.
O brasileiro com maior proximidade da elite atualmente é Rafael Câmara. Piloto da academia Ferrari e campeão da Fórmula 3 em sua temporada de estreia, Câmara, de 20 anos, competirá na Fórmula 2 pela equipe Trident, a mesma que levou Bortoleto ao título da categoria.
O novo circuito do Rio de Janeiro
O tradicional Autódromo José Carlos Pace, em São Paulo, que sedia o GP de Interlagos, deve ganhar concorrência nos próximos anos. Um novo projeto de autódromo está previsto para o Parque da Guaratiba, no Rio de Janeiro, com obras estimadas para começar em 2026.
A nova pista terá um investimento de R$ 1,3 bilhão (totalmente privado) e capacidade para receber até 120 mil pessoas. Com 4,7 km de extensão e uma velocidade média de 241 km/h, o traçado foi projetado para privilegiar ultrapassagens. Segundo o prefeito Eduardo Paes, a estimativa mais cautelosa é que o Autódromo seja inaugurado em 2029. O grande desafio será atrair competições de peso, como a Fórmula 1, a Motovelocidade e a Formula Indy, podendo fazer frente ao GP de Interlagos ou adicionando mais uma corrida ao calendário brasileiro.



