Pontífice destaca união entre homem e mulher como expressão do “amor verdadeiro” e cita santos casais como exemplo de fé
O papa Leão XIV reiterou neste domingo (1º) a defesa da concepção tradicional do matrimônio, ao afirmar que o casamento representa o “amor verdadeiro entre o homem e a mulher”. A declaração foi feita durante homilia na Praça São Pedro, no Vaticano, diante de aproximadamente 70 mil pessoas reunidas para a missa do Jubileu das Famílias — uma das celebrações do Ano Santo da Igreja Católica, proclamado por Francisco no fim de 2024.
“O casamento não é um ideal, mas a regra do verdadeiro amor entre o homem e a mulher; amor total, fiel, fecundo. Esse mesmo amor, ao transformar-vos numa só carne, torna-vos capazes de, à imagem de Deus, doar a vida”, declarou o pontífice, nascido nos Estados Unidos.
Durante a celebração, Leão XIV também mencionou casais reconhecidos pela Igreja, como os santos Luís e Zélia Martin, pais de Santa Teresinha do Menino Jesus, que foram beatificados e canonizados juntos. Segundo o papa, esses exemplos revelam que “o mundo precisa da aliança conjugal para conhecer e acolher o amor de Deus e superar as forças que desagregam a sociedade”.
Ele ainda dirigiu-se diretamente aos pais e filhos presentes: “Portanto, encorajo-vos a ser exemplos de coerência para os vossos filhos, comportando-vos como quereis que eles se comportem, educando-os para a liberdade através da obediência, procurando sempre os meios para aumentar o bem que existe neles. E vós, filhos, sede gratos aos vossos pais”, afirmou.
Essa não foi a primeira vez que Leão XIV se posicionou publicamente sobre o tema. Em 16 de maio, ele já havia declarado que o casamento entre homem e mulher é “fundamento de uma sociedade harmoniosa e pacífica”, em um gesto interpretado como aproximação com setores mais conservadores da Igreja.
O posicionamento do atual papa difere parcialmente da postura adotada por seu antecessor. Embora Francisco também defendesse o matrimônio como união entre homem e mulher, ele promoveu gestos de abertura em relação a fiéis LGBTQIA+, chegando a permitir a bênção a casais homoafetivos em determinadas circunstâncias — decisão considerada histórica e que gerou reações divergentes dentro da própria hierarquia católica.