A medida visa atender ao sistema elétrico de Roraima, único estado brasileiro não conectado ao Sistema Interligado Nacional (SIN).
O Brasil retomou, na sexta-feira (14), a importação de energia elétrica da Venezuela, conforme dados do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), divulgados no Informativo Preliminar Diário de Operação (IPDO).
A reativação da linha de transmissão de 230 kV Boa Vista/Santa Elena possibilitou a importação comercial de 15 megawatts (MW), conforme detalhado no relatório do ONS. No entanto, a quantidade efetivamente transferida variou nos dias seguintes. Na sexta-feira, estavam previstos 10 MW, mas apenas 6 MW foram importados. No sábado (15), a expectativa era de 15 MW, porém o fornecimento foi de apenas 7 MW.
Segundo o ONS, um possível problema na linha de transmissão Boa Vista/Santa Elena resultou no desligamento da usina termelétrica Jaguatirica II às 16h16 de sábado, comprometendo 103 MW do sistema de Roraima, o que representou 65% da carga do estado. A interrupção total ocorreu às 16h31, e a recomposição da energia foi concluída às 17h50.
No domingo (16), a importação alcançou 9 MW dos 15 MW programados, sem registro de novas falhas, de acordo com o IPDO. O ONS, procurado para comentar a operação, optou por não se manifestar.
Redução de custos e subsídios para importação
A importação de energia da Venezuela tem como objetivo diminuir os custos operacionais e aumentar a segurança no fornecimento de eletricidade para Roraima. Segundo o ONS, a depender da demanda do estado, a economia gerada pode chegar a R$ 500 mil por dia, com a aquisição de até 15 MW ao valor de R$ 1.096,11 por megawatt-hora (MWh).
Para viabilizar essa operação, a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) autorizou, na terça-feira (18), a utilização de R$ 41,24 milhões da Conta de Consumo de Combustíveis (CCC) para custear a importação entre janeiro e abril deste ano. Esse subsídio é destinado à geração termelétrica em locais isolados, como Roraima.
A operação está sendo conduzida pela Bolt Energy Comercializadora de Energia. No ano passado, a Aneel chegou a aprovar R$ 17,08 milhões para uma operação similar, que seria realizada pela Âmbar Energia, do Grupo J&F. Entretanto, a transação não se concretizou devido à ausência de testes exigidos pelo ONS.