Especialistas alertam que a dieta dos idosos deve ser cuidadosamente planejada, priorizando alimentos que favoreçam o bom funcionamento do organismo e supram deficiências nutricionais comuns nessa faixa etária.
Com o avanço da idade, o corpo humano passa por transformações fisiológicas que exigem atenção redobrada à alimentação. A nutrição adequada na terceira idade é um dos pilares para garantir qualidade de vida, prevenir doenças e manter a autonomia funcional.
A importância da alimentação equilibrada após os 60 anos
A partir dos 60 anos, há uma tendência natural à redução da massa muscular, da densidade óssea e da eficiência do sistema imunológico. Além disso, alterações no paladar, na digestão e na absorção de nutrientes podem comprometer o estado nutricional. “O envelhecimento não deve ser sinônimo de fragilidade. Uma alimentação equilibrada é capaz de promover saúde e bem-estar mesmo em idades avançadas”, afirma a nutricionista clínica Mariana Lopes.
Nesse contexto, é fundamental que a dieta seja rica em nutrientes como proteínas, cálcio, vitamina D, fibras e antioxidantes. Esses componentes ajudam a preservar a musculatura, fortalecer os ossos, regular o intestino e proteger contra doenças crônicas como diabetes, hipertensão e problemas cardiovasculares.
Proteínas: aliadas da força e da mobilidade
A ingestão adequada de proteínas é essencial para evitar a sarcopenia — condição caracterizada pela perda progressiva de massa muscular. Fontes magras como ovos, peixes, frango, leguminosas e laticínios devem estar presentes nas refeições diárias. “A proteína é o combustível da musculatura. Sem ela, o idoso perde força e independência”, explica Lopes.
Cálcio e vitamina D: proteção contra a osteoporose
A saúde óssea é uma das maiores preocupações na terceira idade. Para prevenir fraturas e osteoporose, é indispensável o consumo de alimentos ricos em cálcio, como leite, iogurte, queijo branco e vegetais verde-escuros. A vitamina D, por sua vez, facilita a absorção do cálcio e pode ser obtida por meio da exposição solar moderada e de alimentos como ovos e peixes gordurosos.
Fibras e hidratação: aliados do intestino e da saciedade
Problemas intestinais são frequentes entre os idosos, especialmente a constipação. Para combatê-los, é recomendável incluir frutas com casca, legumes, cereais integrais e sementes na dieta. A hidratação também é crucial, já que a sensação de sede tende a diminuir com a idade. “A água é tão importante quanto qualquer nutriente. Sem ela, o corpo não funciona bem”, alerta a especialista.
Antioxidantes e ômega-3: prevenção de doenças crônicas
Frutas vermelhas, vegetais coloridos e oleaginosas são fontes de antioxidantes que ajudam a combater os radicais livres e o envelhecimento celular. Já o ômega-3, presente em peixes como salmão e sardinha, tem efeito anti-inflamatório e contribui para a saúde cardiovascular e cognitiva.
Planejamento e acompanhamento profissional
A elaboração de um plano alimentar individualizado, com acompanhamento de nutricionista, é recomendada para atender às necessidades específicas de cada idoso. Restrições alimentares, uso de medicamentos e condições clínicas devem ser considerados na montagem do cardápio.
“Cada pessoa envelhece de forma diferente. Por isso, a nutrição deve ser personalizada, respeitando preferências, limitações e objetivos de saúde”, conclui Lopes.