Último acidente ocorreu em São Paulo, com queda de avião na Barra Funda.
Em menos de dois meses de 2025, o Brasil já contabiliza 22 acidentes aéreos, resultando em 10 mortes, conforme dados do painel do Sistema de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Sipaer), administrado pela Força Aérea Brasileira (FAB).
O ano de 2024 registrou o maior número de vítimas fatais em acidentes aéreos desde 2015, totalizando 152 mortes. Esse número representa quase o dobro das fatalidades registradas em 2023 (77 óbitos) e mais que o triplo das ocorrências em 2022 (49 mortes).
O incidente mais recente ocorreu na sexta-feira (7), na Zona Oeste de São Paulo, quando um avião de pequeno porte caiu na Avenida Marquês de São Vicente, na Barra Funda. A queda resultou na morte de duas pessoas que estavam a bordo, enquanto outras seis foram socorridas em solo.
A aeronave havia decolado do Aeroporto Campo de Marte por volta das 7h15 e tinha como destino Porto Alegre, no Rio Grande do Sul. Poucos minutos após a decolagem, o avião colidiu com a traseira de um ônibus antes de pegar fogo.
A ocorrência ainda não foi contabilizada pelo painel do Sipaer, que atualmente registra 21 acidentes e oito mortes. Isso ocorre porque a inclusão dos dados só acontece após a finalização dos relatórios do Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa).
Piloto e copiloto estão entre as vítimas
As vítimas fatais do acidente foram o piloto e o copiloto da aeronave. Segundo informações da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) do Rio Grande do Sul, o copiloto era Márcio Carpena, advogado, palestrante e professor de direito na Pontifícia Universidade Católica (PUC) de Porto Alegre.
Carpena era proprietário do escritório Carpena Advogados e, entre 2003 e 2009, presidiu a Academia Brasileira de Direito Processual Civil. Ele era casado e deixa três filhos. Em suas redes sociais, costumava compartilhar mensagens motivacionais e reflexões sobre a sociedade.
O piloto da aeronave foi identificado como Gustavo Carneiro Medeiros. A Azul Linhas Aéreas, em nota oficial, lamentou seu falecimento e destacou que ele trabalhou na companhia entre 2011 e 2021. “A Azul lamenta o acidente ocorrido nesta manhã com uma aeronave particular, em São Paulo. A Companhia se solidariza com os familiares do piloto do voo, Gustavo Carneiro Medeiros, que já fez parte do quadro de Tripulantes da Empresa, de 2011 a 2021, e das demais vítimas do acidente”, informou a empresa.
Medeiros era formado em Ciências Aeronáuticas pela PUC-RS e possuía vasta experiência em pilotagem. Ele costumava viajar frequentemente ao lado de Carpena.