O diagnóstico foi confirmado na terça-feira (9) pela Secretaria Estadual de Saúde (SES-PE), após exames realizados pelo Instituto Pasteur, em São Paulo.
Uma mulher residente em Santa Maria do Cambucá, no Agreste de Pernambuco, foi diagnosticada com raiva humana, uma doença quase sempre fatal. A paciente deu entrada em uma unidade de saúde em 31 de dezembro, apresentando dormência no corpo, dores e fraqueza muscular.
De acordo com o laudo, o vírus tem origem silvestre. Investigações preliminares indicam que queimadas na região podem ter forçado um animal a sair de seu habitat natural e entrar em contato com a vítima.
“Há muitos anos não registramos casos de raiva humana no estado. No entanto, a vigilância continua monitorando o vírus em animais silvestres. É importante reforçar que, enquanto os animais domésticos devem ser vacinados regularmente, os silvestres podem transmitir o vírus e exigem atenção redobrada”, afirma Eduardo Bezerra, diretor-geral de Vigilância Ambiental de Pernambuco.
Orientações e prevenção
A SES-PE recomenda que, em casos de agressões por animais silvestres, seja buscado atendimento médico imediato para avaliação da necessidade de profilaxia. Essa medida pode incluir a administração de vacinas e/ou soro antirrábico. A vacinação de animais domésticos é fundamental para evitar a propagação do vírus.
A raiva é causada pelo Lyssavirus, presente na saliva de animais transmissores, como morcegos, saguis, raposas, cães e gatos. Embora seja quase sempre fatal após o início dos sintomas, a doença pode ser prevenida por meio da vacina antirrábica, disponível nos postos de saúde.
Entre 2010 e 2024, o Brasil registrou 48 casos de raiva humana. Destes, 24 foram causados por morcegos, nove por mordidas de cães, seis por primatas, quatro por felinos, dois por raposas e um por bovino. Apenas dois pacientes sobreviveram.
Especialistas alertam que, em caso de mordidas ou arranhões por animais potencialmente transmissores, é essencial lavar o ferimento com água e sabão e buscar atendimento médico imediatamente.
Impacto do desmatamento na interação humano-animal
O desmatamento, que reduz o habitat de animais silvestres, tem aumentado a frequência de acidentes envolvendo seres humanos e espécies selvagens. Segundo dados de 2022 do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), 1.254 espécies de animais brasileiros estão ameaçadas de extinção, sendo 360 classificadas como criticamente em perigo.
Sem alternativas, esses animais têm avançado cada vez mais sobre áreas urbanas, aumentando o risco de contato com humanos. Especialistas reforçam a importância de ações preventivas e de preservação ambiental para mitigar esse tipo de ocorrência.
Da Redação/Click News/Terra