Previsões climáticas desfavoráveis afetam sistema elétrico
A arrecadação por meio da bandeira tarifária cobre custos adicionais no setor elétrico, especialmente diante de oscilações climáticas. Desde fevereiro, houve uma piora nas expectativas de chuva, o que contribuiu para um cenário de alerta na geração de energia.
Além do risco hidrológico (GSF), outro fator que impulsionou a adoção da bandeira mais cara no ano passado foi o aumento do Preço de Liquidação de Diferenças (PLD) — índice que determina o valor da energia comercializada em determinado período.
Transição da bandeira verde para amarela em maio
Desde dezembro de 2024, as condições favoráveis de geração hidrelétrica mantiveram a bandeira tarifária na classificação verde, garantindo menores custos aos consumidores. No entanto, diante da piora nas previsões de produção das usinas, a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) acionou a bandeira amarela para maio, indicando um aumento nas tarifas.
Impacto das chuvas abaixo da média histórica
O engenheiro elétrico Lucas Paiva, sócio-fundador da Lead Energy, destaca que a redução das chuvas no outono e inverno tem sido especialmente preocupante nas regiões Sudeste e Centro-Oeste, responsáveis por cerca de 70% da capacidade de armazenamento de água no país.
Além disso, ele alerta que os níveis de armazenamento estão em trajetória de queda, podendo passar de 69% em abril para apenas 55% até outubro, segundo relatório divulgado pela Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE).
Diante desse cenário, especialistas reforçam a necessidade de planejamento energético e alternativas para reduzir a dependência da matriz hidrelétrica, garantindo estabilidade ao sistema e mitigando impactos financeiros para os consumidores.