O jornalismo esportivo brasileiro perdeu uma de suas vozes mais emblemáticas neste domingo (19).
Léo Batista, um dos maiores nomes da comunicação nacional, faleceu aos 92 anos, no Rio de Janeiro. Com mais de sete décadas dedicadas ao ofício, ele não apenas narrou grandes momentos esportivos, mas também cativou gerações com sua habilidade de contar histórias.
João Baptista Bellinaso Neto, registrado assim ao nascer em 22 de julho de 1932, era conhecido carinhosamente pelo público como Léo Batista. Ele estava internado no Hospital Rios D’or, em Jacarepaguá, Zona Oeste do Rio de Janeiro, enfrentando problemas de saúde desde o início do ano. Segundo a família, ele foi hospitalizado em estado grave no último dia 17. A causa da morte não foi divulgada.
Das origens humildes ao rádio
Filho de imigrantes italianos, Léo nasceu em Cordeirópolis, interior de São Paulo. Desde jovem, demonstrava vocação para a comunicação. No serviço de alto-falantes de sua cidade natal, começou a destacar o talento que o levaria ao sucesso.
Nos anos 1940, estreou no rádio como setorista do XV de Piracicaba na Rádio Difusora. Na década seguinte, mudou-se para o Rio de Janeiro, onde iniciou sua trajetória na Rádio Globo. Foi ali que, com a ajuda de Luiz Mendes, ganhou o nome artístico “Léo Batista”, após o chefe sugerir que “Ary Batista” não soava bem.
Botafogo: uma paixão descoberta no Maracanã
Torcedor apaixonado do Botafogo, Léo costumava dizer que seu amor pelo clube começou por acaso. “Estava no Maracanã assistindo a Fluminense e Botafogo. Quando o Botafogo fez um golaço, pulei de alegria e percebi que meu coração já tinha escolhido um time. Foi amor à primeira vista”, relembrou em entrevista ao programa Conversa com Bial.
Pioneiro na televisão
Léo Batista estreou na televisão em 1955, na extinta TV Rio, onde apresentou o Telejornal Pirelli por 13 anos. Em 1970, passou a integrar a equipe da TV Globo, participando da cobertura do tricampeonato da seleção brasileira na Copa do Mundo.
Com seu carisma e linguagem acessível, conquistou o público e tornou-se uma das primeiras vozes do Globo Esporte. Além disso, marcou presença por anos no bloco esportivo do Jornal Nacional.
Uma vida de amor e resiliência
Atrás das câmeras, Léo viveu uma relação duradoura com Leyla Chavantes Belinaso, sua esposa por seis décadas. Em janeiro de 2022, ele enfrentou a perda da companheira, que faleceu em um acidente na piscina da casa do casal, no Rio de Janeiro. A tragédia foi um momento marcante para o jornalista, que sempre manteve discrição, mas não escondia a saudade de Leyla.
Última aparição pública
A última vez que Léo Batista foi visto publicamente aconteceu em outubro de 2024, durante o velório do amigo e colega Cid Moreira, no Palácio Guanabara. Visivelmente emocionado, Léo preferiu não dar entrevistas, mas permaneceu até o final da cerimônia, em uma demonstração de respeito e afeto.
Da Redação/Click News/R7