Polícia Federal investiga presidente da sigla, Antonio Rueda, por suposta ligação com esquema bilionário de combustíveis e integrantes do PCC
A Polícia Federal abriu investigação contra o presidente nacional do União Brasil, Antonio Rueda, no âmbito da operação Carbono Oculto, que apura fraudes e desvios no setor de combustíveis. O caso ganhou repercussão nacional e levou o partido a determinar o afastamento de seus filiados que ocupam cargos no governo federal.
Denúncia envolve aeronaves e facção criminosa
De acordo com a denúncia apresentada pelo piloto Mauro Caputti Mattosinho, aeronaves registradas em nome de terceiros seriam, na realidade, de propriedade de Rueda. Ele afirma ainda que as aeronaves teriam sido emprestadas a membros do Primeiro Comando da Capital (PCC).
Entre os suspeitos de terem utilizado os aviões estão Roberto Augusto Leme da Silva, conhecido como “Beto Loco”, e Mohamad Hussein Mourad, ligado ao antigo grupo Aster/Copape. Ambos são apontados como líderes de um esquema bilionário de combustíveis que teria movimentado mais de R$ 52 bilhões entre 2020 e 2024.
União Brasil exige saída de filiados do governo
Um dia após a denúncia, a direção do União Brasil determinou que seus integrantes se desvinculem de cargos no governo federal em até 24 horas, sob pena de punições por infidelidade partidária.
O ministro do Turismo, Celso Sabino, é o único filiado da sigla no primeiro escalão e deve entregar o cargo ainda nesta sexta-feira (19). A medida também pode atingir ministros não filiados, mas indicados pelo partido, como Waldez Góes (Integração e Desenvolvimento Regional) e Juscelino Filho (Comunicações), ambos ligados a Davi Alcolumbre, uma das principais lideranças da legenda.
A decisão antecipa a saída oficial do União Brasil e do PP da base do governo Lula, prevista para setembro, quando Sabino e André Fufuca (Esportes) já deveriam deixar seus postos.
Reação do partido
Em nota, o União Brasil classificou como “irresponsável” a tentativa de associar Rueda à operação da PF. A legenda afirmou que as denúncias têm o objetivo de “desgastar a honra e a imagem” de seu presidente.
Sobre o afastamento de filiados, a sigla declarou que a medida é um ato “legítimo, democrático e amplamente debatido nas instâncias partidárias”.