Ministro Alexandre Padilha afirma que disponibilizar o imunizante é uma prioridade da pasta.
O Ministério da Saúde encaminhou à Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no Sistema Único de Saúde (Conitec) um pedido de avaliação para a inclusão da vacina contra herpes-zóster na rede pública. Segundo comunicado da pasta, o processo segue aguardando parecer técnico que definirá a viabilidade de incorporação do imunizante ao SUS.
“A incorporação de uma nova vacina ao SUS exige diversas etapas, como identificação da demanda, análise técnico-científica, avaliação de viabilidade e pactuação entre União, estados e municípios”, explicou o ministério em nota.
O pedido foi apresentado pela deputada federal Adriana Accorsi (PT-GO). Em vídeo publicado na rede social X, o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, reforçou a importância da medida. “É uma vacina de boa qualidade, mas de difícil acesso. Muitas pessoas sequer sabem de sua existência. Pode ter certeza: é uma prioridade nossa, enquanto Ministério da Saúde, que essa vacina esteja no SUS e que possamos promover grandes campanhas de vacinação para aqueles que têm indicação de recebê-la”, declarou.
💉 Vitória: vacina contra Herpes Zoster será disponibilizada no SUS!
Na luta pela inclusão da vacina contra Herpes Zoster no SUS, fui recebida com muito carinho e atenção pelo Ministro da Saúde, Alexandre Padilha, que se solidarizou e assumiu o compromisso de disponibilizar a… pic.twitter.com/dk1n6JtvVz
— Delegada Adriana Accorsi (@Adriana_Accorsi) April 23, 2025
O que é o herpes-zóster
Conhecida popularmente como cobreiro, a herpes-zóster é uma enfermidade cutânea causada pelo vírus varicela-zoster (VVZ), o mesmo responsável pela catapora. Conforme o Ministério da Saúde, após a infecção inicial, o vírus permanece latente no organismo, podendo ser reativado na vida adulta, especialmente em pessoas com o sistema imunológico comprometido, como indivíduos com doenças crônicas, câncer, aids ou transplantados.
Em alguns casos excepcionais, pode ocorrer reinfecção por contato direto com pessoas portadoras de varicela ou mesmo de zóster, o que pode incluir, inclusive, pacientes previamente imunizados. Ainda segundo a pasta, crianças podem adquirir varicela ao terem contato com pessoas infectadas por herpes-zóster.
Em abril, um estudo publicado na revista Nature associou a vacinação contra o herpes-zóster a uma redução de 20% no risco de desenvolvimento de demência em adultos. Embora a relação entre o vírus e as doenças neurodegenerativas ainda não seja plenamente compreendida, pesquisadores sugerem que o vírus, ao se reativar, pode afetar o sistema nervoso central, contribuindo para danos cerebrais.
Sintomas e complicações
O quadro clínico da herpes-zóster inclui sintomas que, em geral, antecedem o aparecimento das lesões cutâneas. Entre os principais sinais, destacam-se:
- dores nevrálgicas (afetando os nervos);
- parestesias (sensação de formigamento, pressão, adormecimento);*
- ardência e coceira localizadas;
- febre;
- cefaleia;
- mal-estar geral.
A doença pode ainda evoluir para complicações graves, como:
- ataxia cerebelar aguda, comprometendo equilíbrio, fala, movimentos oculares e coordenação motora;
- trombocitopenia (queda no número de plaquetas, essenciais para a coagulação sanguínea);
- infecções bacterianas secundárias da pele, incluindo impetigo, celulite e erisipela, que podem se agravar para quadros sistêmicos como sepse, pneumonia ou endocardite;
- síndrome de Reye, inflamação cerebral rara, associada ao uso de ácido acetilsalicílico em crianças;
- infecção fetal durante a gestação, com risco de síndrome da varicela congênita, caracterizada por malformações nos membros, catarata, microftalmia, atrofia óptica e alterações neurológicas;
- varicela disseminada ou hemorrágica, especialmente em imunossuprimidos;
- nevralgia pós-herpética (NPH), dor persistente após o desaparecimento das lesões cutâneas, que pode durar entre quatro a seis semanas ou mais, sendo mais frequente em mulheres e em casos envolvendo o nervo trigêmeo.