Publicação associa governos de esquerda a decadência e exalta administrações de direita após vitória eleitoral no Chile
Postagem reacende tensões políticas na região
O presidente da Argentina, Javier Milei, voltou a provocar repercussão nas redes ao compartilhar, nesta segunda-feira (15), uma imagem que representa países sul-americanos governados pela esquerda como territórios formados por favelas. No mesmo material, a Argentina e outras nações administradas por líderes de direita aparecem retratadas como sociedades futuristas.
A arte havia sido publicada inicialmente por apoiadores do presidente argentino na noite de domingo (14) e, horas depois, foi republicada no perfil oficial de Milei no Instagram. No conteúdo original, os autores afirmam: “O povo sul-americano grita liberdade. Basta de socialismo empobrecedor”.
O Ministério das Relações Exteriores do Brasil foi procurado para comentar o episódio e ainda não se manifestou.
Repercussão após vitória da direita no Chile
A publicação ocorreu no mesmo dia em que José Antonio Kast venceu as eleições presidenciais no Chile. Com o resultado, a partir de 2026, a distribuição política na América do Sul ficará dividida: metade dos países sob governos de direita e metade sob administrações de esquerda.
Milei foi um dos primeiros chefes de Estado a cumprimentar Kast pela vitória. Em uma rede social, afirmou que o resultado simbolizava um avanço regional em defesa de valores liberais, como vida, liberdade e propriedade privada.
“Tenho certeza de que trabalharemos juntos para que a América abrace os ideais de liberdade e possamos nos libertar do jugo opressor do socialismo do século XXI!”, declarou.
Kast deve realizar sua primeira viagem internacional como presidente eleito nesta terça-feira (16), com destino à Argentina, onde terá um encontro com Milei na Casa Rosada.
Kast assume com discurso de endurecimento na segurança
José Antonio Kast foi eleito presidente do Chile com mais de 58% dos votos, segundo dados do Serviço Eleitoral (Servel). Ele superou a candidata de esquerda Jeanette Jara, que havia liderado o primeiro turno.
Com a vitória, Kast se torna o líder chileno mais alinhado à direita desde o fim da ditadura de Augusto Pinochet, em 1990. À frente do Partido Republicano, ele promete intensificar o combate ao crime e promover a detenção e expulsão de cerca de 340 mil imigrantes sem documentação.
Entre suas propostas está a criação de um “escudo fronteiriço”, que inclui a construção de um muro na divisa com a Bolívia, a abertura de uma trincheira e o envio de 3 mil militares para reforçar o controle migratório.
Embora tenha defendido o legado de Pinochet no passado, Kast tem adotado um discurso mais moderado durante a campanha e após a vitória.



