Avaliação interna vê ex-primeira-dama como alternativa viável ao ex-presidente em caso de inelegibilidade.
Com o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) enfrentando restrições judiciais e inelegibilidade até 2030, o Partido Liberal intensifica os movimentos em torno do nome da ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro como alternativa viável para disputar o Palácio do Planalto em 2026.
Michelle, que preside o PL Mulher, tem ampliado sua agenda política, com viagens pelo país e participação em eventos partidários. A movimentação é vista por dirigentes da legenda como uma preparação informal para uma eventual candidatura presidencial.
Agenda política reforça protagonismo da ex-primeira-dama
Nos últimos dias, Michelle esteve no Acre, onde gravou vídeos denunciando a ausência de infraestrutura em regiões ribeirinhas, e em João Pessoa, onde inaugurou a nova sede do PL na Paraíba. Na ocasião, oficializou apoio à pré-candidatura do senador Efraim Filho (União Brasil) ao governo estadual.
Durante o evento, Michelle discursou com firmeza: “A Paraíba vai mudar a sua história com Efraim no governo do estado e com Marcelo Queiroga senador. Precisamos de vocês, homens que entendem que a política é uma ferramenta de transformação”.
Pesquisa anima cúpula do partido
Levantamento recente da Paraná Pesquisas indicou que, entre os nomes testados, Michelle foi a que mais se aproximou de Lula em intenções de voto, superando outros integrantes da família Bolsonaro, como Eduardo e Flávio. Em um dos cenários, Lula aparece com 33,5% e Michelle com 30,2%.
A performance da ex-primeira-dama tem sido interpretada como sinal de competitividade, especialmente entre o eleitorado feminino, onde ela apresenta menor rejeição em comparação ao marido, cuja gestão na pandemia ainda gera resistência entre mulheres.
Preparação política e apoio interno
Michelle tem se dedicado ao estudo de história política por meio de cartilhas do PL e recebe orientação jurídica e estratégica de lideranças como o governador Jorginho Mello (SC) e o senador Rogério Marinho (RN).
Segundo um dirigente da legenda, “Valdemar [da Costa Neto, presidente do PL] não é bobo. Se considerar que ela será o melhor nome para vencer as eleições, ele a escolherá”.
Comparações com Janja e estratégia de imagem
O partido também aposta em um contraste entre Michelle e a atual primeira-dama, Janja da Silva. A ideia é explorar diferenças de postura e comunicação, evitando gafes e reforçando a imagem de Michelle como figura pública discreta e articulada.