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Casa Artigos

LUZES NAS JANELAS: Vidas que resistem e sonham – Por Wilton Emiliano Pinto *

Administrador by Administrador
11 de junho de 2025
in Artigos
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LUZES NAS JANELAS: Vidas que resistem e sonham  – Por Wilton Emiliano Pinto *
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Às vezes fico ali, parado, na sacada do meu apartamento, deixando o olhar se perder nesse mar de prédios que se estende até onde a vista alcança. Pela manhã, quando o sol desponta tímido no horizonte, a cidade se veste de ouro. Os primeiros raios escorrem pelas sacadas, beijam as caixas-d’água, acordam as antenas. Por alguns minutos, tudo parece em paz — como se até os prédios respirassem mais devagar.

Dali de cima, tudo parece tão sólido, tão ordenado. Um mosaico cinza de concreto, vidro e silêncio, uma selva de pedra nascida da pressa, da necessidade, do progresso. Mas eu sei — e talvez você também saiba: por trás dessa aparência de solidez mora uma infinita delicadeza. Porque entre tijolos e colunas, vivem almas. E as almas não seguem planta. Elas transbordam.

Cada janela, uma história. Cada luz acesa, um coração pulsando.

À noite, quando o céu escurece e as estrelas se escondem atrás da poluição e das nuvens, a cidade reacende do avesso. De dentro para fora. As janelas brilham. São pequenas brasas humanas resistindo à vastidão escura. E então, como num velho hábito, volto à sacada. E observo.

Lá embaixo, no 6º andar, talvez um menino faça a lição de casa, sonhando com astronautas, gols impossíveis e figurinhas que ainda faltam no álbum. No 10º, uma senhora já de cabelos brancos prepara um chá para si, enquanto ouve a mesma música que embalou os bailes de sua juventude. Quem sabe ela sorri sozinha, lembrando de um amor antigo, de um vestido rodado, de uma noite que não volta mais.

Ali ao lado, um casal discute baixinho o que não coube no dia, mas se acalma diante do cheirinho do arroz com alho e da certeza de que, apesar de tudo, ainda estão juntos. E mais adiante, alguém chora. A gente não vê, mas sente. Porque há luzes que tremem como se quisessem dizer: “aqui, hoje, a tristeza também passou”.

Há também silêncios. Janelas apagadas. Mas nem por isso vazias. Às vezes, o que se vive é tão intenso que nem luz se acende. E, mesmo assim, ali pulsa vida.

Penso então nos dias de minha infância, quando as luzes da cidade pareciam um mistério. Olhar para elas era sonhar com o que havia além da cerca da fazenda, além do escuro da estrada. Era imaginar quanta gente vivia nesses quadradinhos brilhantes, o que faziam, como se sentiam. Hoje, depois de tanto tempo e tantas voltas do mundo, sou eu quem olha — não mais com a curiosidade da criança, mas com a ternura de quem entende.

A cidade é mais do que concreto. É feita de resistências silenciosas, de amores invisíveis, de batalhas que ninguém vê. Cada luz acesa é alguém dizendo: “estou aqui”. É um pacto com a vida. Uma chama que diz: “ainda vale a pena tentar mais um pouco”.

E então, ao invés de sentir tristeza, sinto uma emoção serena. Porque mesmo sem nos conhecermos, mesmo separados por paredes, ruas, andares e dores, somos todos feitos do mesmo tecido tênue da esperança. Compartilhamos a mesma missão: viver. Com medo, com coragem, com sonhos simples ou impossíveis — mas viver.

E viver é isso: acender a luz todas as noites, mesmo quando a alma está em meia-luz. É sonhar que, amanhã, o sol vai nascer de novo. Não apenas sobre os prédios, mas também sobre os nossos corações cansados.

E ele sempre nasce. Às vezes tímido. Às vezes forte. Mas sempre nasce.

* Wilton Emiliano Pinto é Contabilista, Funcionário Público aposentado e gosta de uma boa prosa.
Tags: ArtigosLuzes nas janelasWilton Emiliano Pinto
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