O anúncio está previsto para ocorrer após uma reunião com ministros e representantes do setor produtivo, marcada para as 15h30, no Palácio do Planalto.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva deve divulgar nesta quinta-feira (6) um conjunto de medidas voltadas para a redução dos preços dos alimentos. De acordo com o ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, o encontro será decisivo para definir as iniciativas do governo. “Hoje, bate o martelo”, afirmou ele a jornalistas.
Discussão interna no governo
Durante a manhã, ministros se reuniram por aproximadamente três horas para debater as propostas que serão apresentadas ao presidente. Fávaro classificou a discussão como “preparatória” e destacou a participação de Sidônio Palmeira (Secretaria de Comunicação), Rui Costa (Casa Civil), Paulo Teixeira (Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar), além de Edegar Pretto, presidente da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), e Dario Durigan, secretário-executivo do Ministério da Fazenda.
A reunião com o setor produtivo foi transferida do Ministério da Agricultura para o Palácio do Planalto para que Lula pudesse participar diretamente do diálogo com os representantes.
Inflação dos alimentos preocupa governo
A alta nos preços de produtos básicos tem sido um dos principais desafios para o governo federal. Embora ainda não tenha implementado medidas concretas para conter a inflação dos alimentos, o Executivo avalia alternativas como a redução de alíquotas de importação de alguns itens.
No início de fevereiro, Lula sugeriu que a população boicotasse produtos com valores elevados para pressionar o mercado. “Uma das coisas mais importantes para que a gente possa controlar o preço é o próprio povo. Se você vai no supermercado e desconfia que tal produto está caro, você não compra. Ora, se todo mundo tiver essa consciência e não comprar aquilo que acha que está caro, quem está vendendo vai ter que baixar para vender, senão vai estragar”, declarou o presidente na ocasião.
Fatores que pressionam os preços
A inflação persistente dos alimentos foi um dos destaques negativos do índice oficial de preços em 2024. O grupo de alimentação e bebidas respondeu por um terço da inflação registrada pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), do IBGE. Os preços dos alimentos subiram 7,69% no período, enquanto a inflação geral ficou em 4,83%. O aumento da carne chegou a 20,84%, maior taxa desde 2019.
A escalada nos preços tem sido influenciada por uma combinação de fatores, incluindo condições climáticas adversas, elevação do ICMS sobre combustíveis e o reajuste no preço do diesel, que impacta o transporte de mercadorias.
O próprio presidente destacou, em fevereiro, que a alta dos preços também está relacionada à desvalorização do real frente ao dólar e ao aumento dos valores das commodities. Apesar da complexidade do cenário, Lula garantiu que o governo está empenhado em buscar soluções para aliviar os custos da cesta básica. “Obviamente não se controla isso do dia para a noite, mas pode ter certeza que nós vamos trazer o preço para baixo e as coisas vão ficar acessíveis”, afirmou.