Reunião na Casa Branca busca apresentar frente unida contra Moscou após proposta de cessão do Donbass à Rússia
Líderes da União Europeia e da Otan confirmaram presença em Washington nesta segunda-feira (18), onde participarão de reunião com o presidente ucraniano, Volodimir Zelenski, e o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, sobre possíveis caminhos para encerrar a guerra na Ucrânia.
Reunião ocorre após encontro inconclusivo entre Trump e Putin
O encontro na Casa Branca acontece poucos dias depois da cúpula entre Trump e o presidente russo, Vladimir Putin, realizada no Alasca na última sexta-feira (16). A reunião terminou sem avanços significativos e deixou em aberto as condições impostas por Moscou.
No sábado, Trump telefonou para líderes europeus sugerindo que um acordo de paz poderia ser alcançado caso Kiev aceitasse ceder toda a região de Donbass à Rússia — proposta que gerou reações imediatas em capitais europeias, segundo agências internacionais.
União europeia busca evitar desgaste
A presença de governantes europeus ao lado de Zelenski é vista como uma tentativa de transmitir coesão no apoio ao país invadido pela Rússia e, ao mesmo tempo, reduzir tensões com a Casa Branca. A última reunião entre Trump e Zelenski, em fevereiro, terminou em confronto direto e foi transmitida ao vivo do Salão Oval, marcando um dos momentos mais delicados da relação bilateral.
Entre os líderes confirmados estão o chanceler alemão Friedrich Merz, o presidente francês Emmanuel Macron, o primeiro-ministro britânico Keir Starmer e a primeira-ministra italiana Giorgia Meloni. Também participarão o secretário-geral da Otan, Mark Rutte, e a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen. Ainda não está claro se todos eles se sentarão à mesa com Trump ou apenas parte do grupo.
Von der Leyen e Macron reforçam posição conjunta
Von der Leyen afirmou na rede social X que estará presente “a pedido do presidente Zelenski”. Macron, por sua vez, anunciou que viajará na segunda-feira “ao lado de Zelenski” e promoveu neste domingo (17) uma reunião virtual preparatória entre os líderes europeus.
Questionada sobre as declarações de Trump de que “não havia necessidade” de um cessar-fogo imediato e que o foco deveria ser iniciar negociações de paz, Von der Leyen respondeu que a prioridade deve ser “acabar com as mortes, independentemente do termo usado”.
Ela acrescentou que a solução depende de uma “reunião trilateral” entre Ucrânia, Rússia e Estados Unidos, com prazos definidos. Zelenski endossou a proposta e destacou que Kiev precisa do apoio norte-americano para garantir uma paz duradoura.