Investimentos bilionários, geração de empregos e avanço do plano mineral estadual atraem atenção internacional
O estado de Goiás vem ganhando destaque no cenário internacional da mineração, especialmente pela produção de terras raras e outros minérios essenciais à indústria de alta tecnologia. A relevância do território goiano atraiu recentemente uma missão oficial do governo japonês, que visitou as cidades de Minaçu, Goiânia e Aparecida de Goiânia para conhecer de perto o potencial mineral da região.
O secretário de Indústria, Comércio e Serviços, Joel de Sant’Anna Braga Filho, enfatizou que Goiás possui recursos estratégicos para a inovação tecnológica. “São minerais essenciais para o desenvolvimento tecnológico”, afirmou. Além dos 17 elementos de terras raras, o estado também se sobressai na extração de nióbio, bauxita, ouro e quartzo.
Entre os destaques está a Serra Verde Pesquisa e Mineração (SVPM), localizada em Minaçu. A empresa é a única fora da Ásia a produzir, em escala comercial, quatro elementos magnéticos de alto valor: disprósio (Dy), térbio (Tb), neodímio (Nd) e praseodímio (Pr). Esses óxidos de terras raras (OTR) são fundamentais para a fabricação de motores elétricos, equipamentos eletrônicos e sistemas de defesa, cuja oferta global é majoritariamente concentrada na China.
“Esses minerais têm valor extraordinário para o mundo”, declarou Sant’Anna, destacando que o verdadeiro desafio está na separação e combinação dos metais críticos para a produção de ímãs utilizados em baterias, chips, tomógrafos, veículos elétricos e motores navais e ferroviários.
A expansão da atividade mineral em Goiás é acompanhada por investimentos robustos. Em Nova Roma, a empresa chilena Aclara Resources vai investir bilhões no processamento de argilas iônicas, com expectativa de gerar 5,7 mil empregos. O projeto é considerado referência mundial em mineração circular, por reutilizar 95% da água e eliminar o uso de barragens e explosivos. Em abril, a companhia inaugurou uma planta fabril em Aparecida de Goiânia, somando R$ 2,8 bilhões em aportes no estado.
“Isso tudo só é possível porque o Governo de Goiás tem um projeto e tem a gestão do governador Ronaldo Caiado, que investe em educação, em saúde, em segurança. Isso proporcionou à Secretaria de Indústria e Comércio condições para fazer projetos e atrair novos investimentos na área industrial, na área de comércio, na área de serviço e na área de mineração”, afirmou o secretário.
Desde 2021 à frente da pasta, Joel Sant’Anna lidera a implementação do Plano Estadual de Recursos Minerais (PERM-GO), que visa estruturar o setor para os próximos 20 anos. “O Governo do Estado investiu mais de R$ 2 milhões, nesses últimos 3 anos, em pesquisas e também para que possamos dar segurança jurídica para novos investimentos”, acrescentou.
A iniciativa está alinhada ao esforço do governo estadual em ampliar o conhecimento geológico do território goiano. Por meio da Superintendência de Gestão Estratégica do Setor Produtivo, a SIC realiza estudos geológicos básicos, com mapeamentos e levantamentos geofísicos e geoquímicos. “Goiás, apesar de ter só 35% do seu solo geologicamente estudado, é um grande produtor de minérios”, pontuou Sant’Anna, citando a diversidade de extração em municípios como Cristalina (quartzo), Catalão (nióbio) e Mara Rosa (ouro).
Além dos avanços comerciais e industriais, o secretário vê uma oportunidade inédita de estabelecer parcerias internacionais com países líderes em tecnologia. “Que a gente alcance melhores empregos, melhores salários, que possa ter condições de ter energia também para mover os centros que desenvolvem inteligência artificial, porque consomem muita energia. Então a gente precisa dominar algumas tecnologias para fazer essa transição”, disse.




