Os passageiros estavam algemados, situação classificada como “degradante” pelas autoridades brasileiras.
O Ministério das Relações Exteriores comunicou, neste sábado (25), que buscará esclarecimentos do governo dos Estados Unidos acerca do tratamento dispensado a 88 brasileiros deportados que chegaram ao Brasil em um voo na última sexta-feira (24).
Segundo o Itamaraty, o chanceler Mauro Vieira reuniu-se com representantes da Polícia Federal e da Força Aérea Brasileira (FAB) para tratar do ocorrido.
Determinações do governo brasileiro
Após o desembarque em Manaus, o diretor-geral da Polícia Federal, Andrei Passos Rodrigues, relatou o caso ao ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski. Informado sobre a situação, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva ordenou que uma aeronave da FAB fosse disponibilizada para transportar os deportados de Manaus ao Aeroporto Internacional de Confins, em Minas Gerais, garantindo, nas palavras do governo, “dignidade e segurança” no restante da viagem.
A Polícia Federal informou que os brasileiros tiveram as algemas removidas assim que desembarcaram em território nacional. Em nota, a instituição destacou que a medida reforça a soberania do Brasil e o cumprimento de protocolos de segurança.
O Ministério da Justiça reiterou que a dignidade da pessoa humana, princípio fundamental da Constituição Federal, deve ser preservada em todas as circunstâncias.
Resposta dos Estados Unidos
Em nota, a embaixada norte-americana em Brasília afirmou que os brasileiros estavam sob custódia das autoridades brasileiras após o pouso. A representação diplomática também mencionou que está em contato com o governo brasileiro para esclarecer os detalhes do incidente.
Até o momento, o motivo que levou ao uso de algemas no voo de deportação não foi esclarecido pelas autoridades dos Estados Unidos.
