Bombardeios e ataques com drones continuam na Faixa de Gaza, deixando ao menos dez civis mortos; ONU e entidades internacionais classificam ação como genocídio.
Apesar das tratativas em curso para um cessar-fogo, a Faixa de Gaza voltou a ser alvo de intensos bombardeios e ataques de artilharia durante a noite. Segundo informações da agência EFE, foram registrados ao menos três ataques aéreos por hora, além de disparos terrestres que resultaram na morte de dez civis palestinos — cinco deles baleados ao tentar retornar às suas casas em áreas com presença militar israelense.
Fontes do Hospital Shifa confirmaram que os cinco civis foram atingidos na cidade de Gaza. Os outros cinco morreram em ataques enquanto tentavam voltar à capital a partir do sul do enclave. Os corpos foram encaminhados ao Hospital Al Awda, localizado em Nuseirat, na região central.
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, apelou publicamente para que Israel interrompa os ataques, após o grupo Hamas aceitar uma proposta de trégua. Ainda assim, moradores da região continuam enfrentando dificuldades para retornar às residências abandonadas com o avanço das tropas israelenses.
Embora o governo israelense afirme que realiza apenas “operações defensivas em Gaza”, os bombardeios persistem. Tropas terrestres e drones quadricópteros têm sido utilizados para disparar contra civis que tentam reocupar suas casas.
O avanço terrestre na capital foi suspenso, segundo o Exército israelense, em razão dos avanços nas negociações. No entanto, militares permanecem posicionados em bairros estratégicos como Tal al Hawa (sudoeste), Al Nasr (noroeste) e na rua Al Jalaa, que atravessa a cidade de norte a sul. Os ataques mais intensos da madrugada se concentraram no bairro de Sabra, na região centro-sul.
O Serviço de Ambulâncias e Emergência de Gaza informou que realizou ao menos sete atendimentos durante a madrugada. No bairro de Rimal, próximo ao Estádio Palestina, duas pessoas ficaram feridas após serem atingidas por disparos de drones e foram levadas ao Hospital Kuwait. A equipe também denunciou que uma ambulância foi atacada por um quadricóptero “quando tentava socorrer vítimas de um ataque com drone na rua Palestina”.
Fora da capital, os ataques se estenderam ao centro e ao sul da Faixa de Gaza. A agência oficial palestina Wafa relatou que civis foram feridos em Asdaa, ao norte de Khan Younis, após um ataque contra uma tenda de deslocados. Também houve disparos de artilharia a leste de Wadi Gaza, onde palestinos aguardavam a chegada de caminhões com ajuda humanitária.
Desde o início da ofensiva israelense, em resposta aos ataques do Hamas em 7 de outubro de 2023, mais de 67 mil pessoas morreram, incluindo mais de 20 mil crianças. A ação militar tem sido classificada como genocídio por uma comissão independente da ONU, relatores de direitos humanos e diversas organizações internacionais — inclusive algumas israelenses — além de um número crescente de países.