“Pausa tática” será diária e atinge áreas sem presença militar ativa
Diante do agravamento da crise nutricional na Faixa de Gaza, que já provocou 127 mortes — 85 delas de crianças — desde outubro de 2023, o Exército israelense comunicou a implementação de uma “pausa tática” em seus ataques. A medida tem como objetivo permitir o acesso de suprimentos às populações sitiadas no território palestino.
Segundo as forças armadas israelenses, a interrupção ocorrerá diariamente das 10h às 20h (horário local) em três regiões sem confrontos ativos: Cidade de Gaza, Deir al-Balah e Al Mawasi. “Pausa na atividade militar para fins humanitários” será mantida “todos os dias até novo aviso”, conforme o comunicado oficial.
Rotas seguras para comboios da ONU e ajuda internacional
Além da suspensão dos ataques, o Exército anunciou a criação de “rotas seguras”, operacionais entre 6h e 23h, com o objetivo de garantir o trânsito de comboios coordenados pelas Nações Unidas e outras organizações internacionais. “Esta decisão foi coordenada com a ONU e outras organizações internacionais após discussões sobre o assunto”, destacam os militares.
A televisão estatal egípcia confirmou que caminhões com alimentos e medicamentos estão prestes a cruzar a fronteira de Rafah rumo a Gaza. Imagens divulgadas pelo canal Al-Kahera News mostram veículos com ajuda humanitária reunidos na zona de fronteira.
Lançamentos aéreos de suprimentos voltam a ocorrer sob críticas
Neste sábado, Israel retomou o lançamento aéreo de mantimentos sobre Gaza. Embora seja uma alternativa diante das dificuldades logísticas terrestres, a ação recebeu críticas de agências humanitárias por oferecer quantidades limitadas de suprimentos e envolver riscos para a população.
Fontes palestinas informaram à agência Reuters que o primeiro lançamento ocorreu no norte do território, envolvendo sete paletes.
Reino Unido propõe retirada de crianças em estado crítico
O agravamento da situação nutricional levou mais de cem organizações a alertarem para o risco de fome em massa no território palestino, com ênfase no impacto sobre crianças. Em resposta, o governo britânico afirmou estar coordenando com a Jordânia o envio de ajuda aérea e propôs liderar um plano de evacuação de menores que necessitam de assistência médica urgente.
O plano foi confirmado pelo primeiro-ministro do Reino Unido, Keir Starmer, após conversas com os líderes da França e da Alemanha.